
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o governo federal deve se empenhar nos próximos dez dias para apresentar uma solução para o imbróglio causado pelo aumento das alíquotas do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo ele, a derrubada do decreto aprovado na semana passada sem a indicação de contrapartidas deve causar um prejuízo substancial nas contas públicas em 2025.
“É importante, sim, encontrar uma solução que permita dar fonte de recursos para essa continuidade, para que a gente não tenha, por um lado, um retrocesso no processo de recuperação fiscal e permita que as coisas continuem funcionando bem”, considerou Ceron, nesta quinta-feira (29/5), durante coletiva de apresentação do Resultado do Tesouro Nacional (RTN) de abril.
Durante o anúncio da elevação do IOF, na semana passada, a equipe econômica divulgou uma projeção que indicava um aumento de arrecadação de R$ 20,5 bilhões com as medidas, somente em 2025. Nesta quinta-feira, o secretário comparou essa soma a todos os recursos destinados ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), além do orçamento total do Ministério da Defesa, que, se somados, correspondem ao mesmo valor que se planeja arrecadar com a mudança no imposto.
“Então ‘só’ R$ 20 bilhões seria o equivalente a extinguir todo o programa do MCMV e todo o investimento do Ministério da Defesa, como referência. Um programa como o Farmácia Popular, por exemplo, tem um orçamento inferior a R$ 5 bilhões por ano. Então só para para ter dimensão da importância, da necessidade da discussão”, disse, ainda, o secretário.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu com líderes da Casa, onde foi definido que o governo federal deveria apresentar uma alternativa, em dez dias, às mudanças no imposto para abrir espaço fiscal. Enquanto isso, os parlamentares discutem a inclusão de um projeto para derrubar o decreto do governo na pauta do Congresso.
Economia
Economia
Economia
Economia