Reglobalização Sustentável

Haddad defende ‘reglobalização sustentável' em reunião de ministros de Finanças no Brics

Na abertura da 1ª Reunião dos Ministros das Finanças e Governadores de Bancos Centrais dos BRICS, ministro Fernando Haddad apresentou uma agenda econômica, climática e social para o bloco sob a presidência brasileira

Reunião Ministerial e Bancos Centrais do BRICS -  (crédito:  Diogo Zacarias / Ascom MF)
Reunião Ministerial e Bancos Centrais do BRICS - (crédito: Diogo Zacarias / Ascom MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu neste sábado (5/7) uma nova etapa para a globalização — mais justa, inclusiva e sustentável — durante a abertura da 1ª Reunião dos Ministros das Finanças e Governadores de Bancos Centrais dos BRICS. Para o ministro, o bloco formado por grandes economias emergentes está no centro da construção desse novo modelo de cooperação global, que chamou de “reglobalização sustentável”.

“Precisamos promover um multilateralismo do século XXI”, afirmou Haddad. “Esse novo multilateralismo nada mais é do que uma ‘reglobalização sustentável’, baseada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade como um todo.”

A fala do ministro marca o tom da presidência brasileira do BRICS em 2025, centrada em três frentes interligadas: econômica, climática e social. A reunião ocorre no momento em que o grupo ganha novo fôlego com a entrada recente de cinco países — Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã — e discute seu papel em uma governança econômica global que ainda reflete a ordem pós-Segunda Guerra Mundial.

Multilateralismo renovado

Segundo Haddad, o BRICS tem hoje legitimidade ímpar para liderar a transição para um novo tipo de globalização. Juntos, os países do grupo representam quase metade da população mundial e abrigam indústrias-chave para o futuro do desenvolvimento humano.

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O ministro destacou que o bloco está comprometido com a reforma do sistema monetário e financeiro internacional, com foco em uma maior representatividade para os países em desenvolvimento. Um dos marcos dessa agenda foi a proposta conjunta de uma “Visão do Rio de Janeiro para o FMI”, que sugere um Fundo Monetário Internacional mais justo e alinhado com a nova configuração da economia global.

Outra iniciativa celebrada foi o apoio do grupo à criação de uma Convenção-Quadro da ONU para a Cooperação Internacional em Matéria Tributária. A medida busca combater a evasão fiscal de indivíduos ultrarricos e tornar os sistemas tributários mais equitativos.

Economia verde e justiça social

Na frente climática, Haddad mencionou o avanço das discussões sobre o Tropical Forest Forever Facility, um mecanismo financeiro inovador voltado à preservação das florestas tropicais. A expectativa é que um anúncio de impacto sobre o projeto seja feito durante a COP 30, a ser realizada em Belém.

No campo social, o Brasil propôs a mobilização de recursos públicos e privados para garantir segurança alimentar, proteção social e acesso a oportunidades econômicas. Segundo Haddad, essas iniciativas não são apenas aspiracionais, mas concretas, e já contam com a articulação de políticas e projetos por parte dos países-membros.

Haddad também exaltou o papel crescente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff. Fundado em 2014, o banco tem ampliado sua atuação como agente de investimentos estratégicos nos países do BRICS e além. “Sob a liderança da presidenta Dilma, a instituição ganhou nova dimensão geoeconômica”, disse o ministro.

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O Brasil, destacou Haddad, está comprometido com a estabilidade e previsibilidade em meio às incertezas globais, e quer se consolidar como um “porto seguro” para investimentos. “Serenidade e ambição são as marcas da nossa presidência”, concluiu.

 

postado em 05/07/2025 16:17
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