
As ações da Embraer despencaram mais de 8% nesta quinta-feira (10/7), em reação ao tarifaço anunciado na véspera pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano determinou uma alíquota de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, em um movimento que surpreendeu o governo brasileiro e provocou forte instabilidade no mercado financeiro.
Por volta das 10h30, os papéis da fabricante de aeronaves recuavam 5,57%, cotados a R$ 73,85, com mínima de R$ 71,63, queda de 8,41%. A Embraer figurava entre as maiores perdas do Ibovespa, que registrava recuo de 0,95% no mesmo horário.
- Leia também: Trump impõe tarifa de 50% sobre produtos brasileiros
O impacto da medida sobre a Embraer é especialmente sensível, já que os Estados Unidos são um dos principais mercados da companhia. Em 2024, a aviação comercial respondeu por 35% da receita total da empresa e por 12% do seu lucro antes de juros e impostos (Ebit). Apesar disso, analistas ponderam que os contratos do setor incluem cláusulas que permitem o repasse de custos adicionais — como tarifas de importação — aos clientes finais, o que pode mitigar parcialmente os prejuízos.
Mesmo assim, o temor de uma escalada nas tensões comerciais entre Brasil e EUA e a incerteza sobre os efeitos da tarifa no médio prazo pressionaram os ativos da empresa. Investidores também demonstraram preocupação com possíveis efeitos colaterais, como renegociação de contratos ou adiamento de entregas por parte de clientes norte-americanos.
A Embraer ainda não se manifestou oficialmente sobre o impacto da medida em seus negócios. Já o Ministério das Relações Exteriores informou que analisa possíveis respostas diplomáticas ao anúncio de Trump, que elevou a temperatura nas relações bilaterais.
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Com atuação global e uma base expressiva de clientes nos Estados Unidos, a Embraer é vista como uma das empresas brasileiras mais expostas ao comércio internacional. A nova tarifa, portanto, representa um desafio relevante para a companhia em um momento de retomada gradual da indústria aeronáutica após os impactos da pandemia e de ajustes na cadeia global de suprimentos.
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