
Diante da ameaça do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir da próxima sexta-feira (1º/8), a China se posicionou publicamente contra a medida e reforçou o apoio à cooperação internacional no comércio global. Em declaração oficial publicada no perfil do X da Embaixada da China, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, afirmou que as "guerras tarifárias não têm vencedores" e criticou ações unilaterais adotadas pelo governo norte-americano.
“Já deixamos clara nossa posição. Guerras tarifárias não têm vencedores. O unilateralismo não serve aos interesses de ninguém. A China está disposta a trabalhar com o Brasil, outros países da América Latina e do Caribe e do Brics para defender o sistema multilateral de comércio centrado na OMC e salvaguardar a justiça internacional”, declarou o representante do governo chinês.
A declaração ocorre em meio ao esforço do governo brasileiro para evitar os impactos da tarifa anunciada pelo presidente Donald Trump, que pode afetar setores estratégicos da economia nacional. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Washington (EUA), para tentar abrir canais de negociação.
Já a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, frisou que o Brasil está aberto ao diálogo comercial, mas rejeita qualquer tentativa de ingerência em assuntos internos, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
O posicionamento da China reforça a articulação entre países emergentes diante do avanço de políticas protecionistas adotadas por grandes potências. O Brasil e a China, que integram o Brics ao lado de Índia, Rússia e África do Sul, têm defendido conjuntamente a preservação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a construção de uma ordem internacional baseada no multilateralismo.
A escalada nas tensões comerciais também chama a atenção de analistas para os possíveis efeitos geopolíticos da medida anunciada por Trump. No último fim de semana, o republicano firmou um acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reduzindo tarifas para o bloco europeu em troca de investimentos bilionários em energia e defesa. O acerto foi visto por aliados como uma estratégia de isolar concorrentes comerciais e fortalecer alianças com países do Ocidente.
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