
Em dia marcado pela publicação da ata do Federal Reserve (Fed) – Banco Central dos Estados Unidos –, o dólar registrou queda de 0,48% e encerrou o dia cotado a R$ 5,47, nesta quarta-feira (20/8). O movimento vai na mesma direção da moeda no exterior, visto que o Índice DXY acumulou baixa de 0,04% ao longo do dia.
A ata do Fed divulgada nesta quarta mostrou que a decisão pela manutenção dos juros nos Estados Unidos, na última reunião do Comitê de Mercado Aberto, o FOMC, no dia 30 de julho, foi quase unânime. “Quase todos os participantes consideraram apropriado manter a faixa-alvo para a taxa dos fundos federais entre 4,25% e 4,50% nesta reunião”, destaca o documento.
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No mesmo dia, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez críticas ao presidente do Fed, Jerome Powell e voltou a pedir a renúncia da diretoria do banco. “As pessoas não conseguem obter uma hipoteca por causa dele. Não há inflação, e todos os sinais apontam para um grande corte nos juros”, escreveu Trump, em sua rede social, a Truth Social.
Nesse contexto, os principais índices norte-americanos fecharam o dia em baixa. O S&P 500 recuou 0,24%, enquanto que o Nasdaq teve queda de 0,67%. Já o Dow Jones ficou praticamente estável, com leve alta de 0,04%.
Luciano Nakabashi, professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, avalia que a ata do Fed traz preocupação com a inflação devido, sobretudo, às tarifas de Donald Trump. “De fato, se as tarifas forem mantidas, é provável que o ciclo de queda dos juros nos EUA não ocorra em breve. Acho que é algo que tem ficado mais visível a questão das tarifas começando a afetar os preços nos EUA”, destaca.
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No mesmo dia, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3), fechou em alta de 0,17%, aos 134.666 pontos, com uma leve recuperação dos bancos, afetados pelas incertezas em relação à relação com os Estados Unidos. As ações da Petrobras (PETR4) também contribuíram para o resultado, com uma alta de 0,6%.
Na avaliação do economista-chefe da Bluemetrix Asset, Renan Silva, os embates políticos continuam em torno das sanções, ainda e não há perspectiva de restabelecimento do diálogo entre o governo brasileiro e e a Casa Branca. “Isso gera uma tensão adicional, mas o certo é que o mercado não acionou o botão de pânico, pelo menos até o momento. Muito pelo contrário, eles vêm mantendo ali algum fluxo, de capital especulativo, à espera de uma solução no médio prazo”, afirma.
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