INDÚSTRIA

Eletros faz balanço de 30 anos da entidade em evento em Brasília

Entidade comemora o avanço de 381,5% no comércio de produtos eletroeletrônicos ao longo de três décadas, totalizando 130 milhões de unidades em 2024, e destaca a evolução tecnológica dos eletrodomésticos

14/01/2015. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Queda nas vendas do Comércio. Loja de eletrodomésticos. -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
14/01/2015. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Queda nas vendas do Comércio. Loja de eletrodomésticos. - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) celebra 30 anos de existência em um evento, nesta quarta-feira (26/8), em Brasília, com autoridades, empresários e especialistas, onde apresentará um balanço dos avanços do setor e dos desafios do presente e do futuro do segmento, cujas vendas avançaram 381,5% nesse período.

Conforme os dados da Eletros, nesses 30 anos, o número de aparelhos eletroeletrônicos vendidos no país passou de 27 milhões, em 1994, para 130 milhões, em 2024, ano em que a indústria nacional bateu recorde histórico.

“Houve uma mudança radical. Saímos da TV de tudo, passamos para a de plasma e hoje temos uma TV com tecnologia embarcada para cinema e jogos de videogames. As lavadoras só batiam a roupa, hoje identificam até o nível de sujeira e medem a capacidade de sabão e de amaciante. Os refrigeradores, antes barulhentos, hoje, identificam os itens em falta e podem até fazer pedido de compra pela internet”, destaca o presidente-executivo da Eletros, Jorge Nascimento, em entrevista ao Correio. Para este ano, ele admite que a produção do setor poderá apresentar queda.

Ao longo dessas três décadas, os eletrodomésticos da linha branca, como geladeiras, fogões, microondas, lavadoras; e da linha marrom, como TVs, aparelhos de som, home theaters; estão cada vez mais presentes nos lares das famílias brasileiras, e, além disso, evoluíram tecnologicamente, de acordo com o presidente da Eletros.  “Em 1994, o mundo era outro, os produtos eram outros, e o consumidor tinha uma relação diferente da que tem hoje com esses equipamentos. Antes, eles eram analógicos e, hoje, são inteligentes”, compara.  

Na avaliação de Nascimento, a indústria brasileira de eletroeletrônicos “é madura, resiliente e imprescindível para o presente e o futuro do país". Segundo ele, contudo, apesar do recorde de 2024, neste ano, a produção apresenta queda em torno de 1% no primeiro semestre. Para ele, esse recuo é reflexo da política monetária do Banco Central, que está mais restritiva com a taxa básica da economia (Selic), atualmente em 15% ao ano. 

Tarifaço de Trump

O impacto do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 50% sobre os produtos brasileiros que começou a valer desde o último dia 6, nas indústrias do setor de eletroeletrônico no país têm impacto pequeno, porque, de acordo com Nascimento, as exportações para o mercado norte-americano “não chegam a 1% da produção nacional”.

“As nossas exportações para os EUA são muito pequenas, e o tarifaço não impacta o nosso negócio. Mas, se houver reciprocidade do governo brasileiro, aí, sim, nossos insumos, como semicondutores e compressores, terão os preços elevados”, explica Nascimento. “O governo nos tranquilizou e afirmou que não há medidas de reciprocidade no radar”, complementa.

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, em 1994, havia no país 39 milhões de domicílios, e, no ano passado, esse número chegou a 80 milhões. Nascimento recorda que, no começo dos anos 1990, “o desafio era imaginar que praticamente todos os lares brasileiros teriam acesso a equipamentos de ponta fabricados aqui mesmo, com padrão internacional de qualidade”. “Hoje, o consumidor nacional encontra TVs, refrigeradores e eletrodomésticos inteligentes produzidos Brasil, levando inovação, conforto, eficiência energética e conectividade para a população”, destaca.

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O Seminário será realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).De acordo com Nascimento, o objetivo do seminário na sede da CNI é discutir o futuro do setor eletroeletrônico, abordando temas como comércio exterior e sustentabilidade, como inserção internacional, eficiência hídrica e logística reversa. 

 

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postado em 27/08/2025 07:00
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