
Tramita no Congresso norte-americano um projeto de lei bipartidário para isentar as tarifas sobre a importação de café nos Estados Unidos. O produto é um dos mais atingidos pela tarifaço de 50% aplicado a produtos brasileiros com destino ao país. O texto foi apresentado pelo deputado Don Bacon, do Partido Republicano de Nebraska, e por Ro Khanna, do Partido Democrata da Califórnia.
Após o anúncio do tarifaço para o Brasil, ainda no mês de julho, os Estados Unidos excluíram diversos itens da lista de produtos sobretaxados, como a celulose, o suco de laranja e produtos ligados à mineração. Apesar disso, outros produtos que exportam em grandes quantidades para os EUA, como as carnes e o próprio café, ficaram de fora dessa exceção.
No X, o deputado Ro Khanna mencionou o Brasil e outros países ao defender a necessidade de atrair o produto importado para evitar a inflação aos consumidores locais. “Nós produzimos menos de 1% e essas tarifas a Brasil, Vietnã, Indonésia e Colômbia são uma tarifa de 15%-20% aos americanos no começo do dia. Qualquer um que tenha um copo de café sempre na mão odeia essa tarifa!”, escreveu.
I will be introducing bipartisan legislation to repeal tariffs on coffee. We produce less than 1%, and these tariffs on Brazil, Vietnam, Indonesia, & Columbia are a 15-20% tax on Americans at the start of their day. Anyone who has a coffee cup always in hand hates this tax!
— Ro Khanna (@RoKhanna) August 14, 2025
Em agosto, as exportações do café brasileiro recuaram 17,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os dados levantados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) também mostram que os Estados Unidos compraram 46% a menos desse produto na comparação com agosto de 2024, e -26% ante julho.
Proposta pode influenciar Casa Branca, avalia Cecafé
O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, se mostra desacreditado com o avanço de projetos via Congresso, devido ao poder que o Partido Republicano possui em ambas as casas. Apesar disso, o setor vê que propostas do gênero podem pressionar os secretários da Casa Branca para rever as tarifas de importação aplicadas sobre o produto.
“O que se busca é gerar um debate com os secretários mais estratégicos do governo americano, a Secretaria do Comércio, Secretaria do Tesouro, Secretaria da Agricultura, Casa Branca. Então estão debatendo que certos produtos não são produzidos pelos Estados Unidos e certos produtos agregam valor à economia americana e o café é o melhor exemplo”, afirma o executivo.
Matos destaca, ainda, que a cada dólar que os Estados Unidos importam de cafés, isso gera US$ 43 na economia norte-americano, além de atingir 1,2% do PIB do país. “Então a gente trabalha para que o café seja isento o mais breve possível, sem a necessidade de acordos bilaterais. Então todo esse debate tem o seu fundo de importância para mostrar o impacto do consumidor e influenciar a opinião pública”, completa.
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