O Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou que a taxa básica de juros (Selic) deve permanecer em um patamar alto “por período bastante prolongado”. Na ata divulgada nesta segunda-feira (23/9), de sua última reunião, o colegiado atribuiu a manutenção dos juros em 15% ao elevado grau de incerteza no cenário externo — marcado pela conjuntura e pela política econômica dos Estados Unidos — e às expectativas de inflação ainda desancoradas no contexto doméstico.
“Após uma firme elevação de juros, o Comitê optou por interromper o ciclo e avaliar os impactos acumulados”, destacou o documento. Devido à evolução do cenário em linha com o esperado, o colegiado afirmou que inicia uma nova etapa da política monetária. Nesse estágio, a Selic será mantida inalterada, enquanto o comitê avaliará, ao longo do tempo, se a taxa em patamar elevado por um período prolongado será suficiente para levar a inflação de volta à meta.
- Leia também: BC mantém Selic e endurece discurso
O Banco Central avaliou que o ambiente externo se mantém incerto em função da conjuntura norte-americana. “Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica.”
Sobre a desancoragem das expectativas de inflação, o comitê ponderou que os núcleos de IPCA têm se mantido acima do valor compatível com o atingimento da meta há meses, “corroborando a interpretação de uma inflação pressionada pela demanda e que requer uma política monetária contracionista por um período bastante prolongado”.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Diante de um cenário ainda marcado por elevada instabilidade, o Copom destacou a necessidade de cautela na condução da política monetária. “O Comitê seguirá vigilante, avaliando se a manutenção do nível atual da taxa de juros por período prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. Os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados, e o Comitê não hesitará em retomar o ciclo de alta caso julgue apropriado”, registrou a ata.
Saiba Mais
-
Economia Acusado de mentir, empresário sai preso da CPMI do INSS
-
Economia "Tesouro e governo veem com muita resistência aporte nos Correios", afirma Dario Durigan
-
Economia Pejotização enfraquece o FGTS, diz o ministro Luiz Marinho
-
Economia Futurecom celebra 30 anos e reúne líderes globais para debater o futuro da tecnologia
-
Economia Marinho afirma que "pejotização" é uma ameaça ao futuro do FGTS
-
Economia CGU aplica mais de R$ 34 milhões em multas a empresas por fraudes em licitações
