
O conselho diretor Banco Mundial aprovou nesta terça-feira (21/10) a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF em inglês). Com a decisão, o órgão será o administrador e agente fiduciário do investimento encabeçado pelo Brasil e considerado uma das principais apostas do país como legado para a COP30, prevista para ocorrer no próximo mês, em Belém.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Fundo Florestas Tropicais para Sempre terá o objetivo de financiar países e comunidades tradicionais que garantam a conservação da mata. No total, mais de 70 países em desenvolvimento com florestas tropicais poderão receber os recursos deste que poderá ser um dos maiores fundos multilaterais já criados no planeta.
De acordo com a decisão do Banco Mundial, o órgão atuará como operador dos recursos gerados pelos TFFF aos governos, de acordo com as diretrizes do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, além de fornecer uma estrutura administrativa ao TFFF.
A projeção da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o TFFF surgirá no contexto que o mundo demanda investimentos de países na preservação ambiental. Na avaliação dela, os países devem investir "cerca de US$ 282 bilhões por ano" para proteger a natureza.
Brasil ainda é o único investidor
Até o momento, o Brasil é o único país comprometido a investir no Fundo Florestas Tropicais para Sempre. Ao lançar o fundo, em setembro durante a 80ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que o Brasil investirá US$ 1 bilhão no TFFF.
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“O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com investimento no fundo com um bilhão de dólares. Por isso, convido todos os parceiros presentes a apresentarem contribuições igualmente ambiciosas para que o TFFF possa entrar em operação na COP30, em novembro, na Amazônia sul-americana”, declarou Lula à época.
TFFF será Investimento, não doação
Diferente do Fundo Amazônia — que prevê doação de países à preservação da floresta —, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre funcionará como um investimento. Segundo o governo brasileiro, o capital colocado no TFFF será aplicado em uma carteira de ativos de renda fixa de longo prazo, com grau de classificação de risco.
Os rendimentos dos investimentos feitos pelo fundo serão direcionados aos países com florestas tropicais elegíveis. Segundo o governo brasileiro, o TFFF também busca beneficiar os atores que diretamente contribuem para a conservação das florestas.
"Para serem elegíveis a receber pagamento, os países se comprometem a canalizar pelo menos 20% do pagamento anual para povos indígenas e comunidades tradicionais (PICTs). Esse mecanismo foi desenhado em diálogo com representantes dos PICTs, representados pela Aliança Global de Comunidades Territoriais (GATC)", afirma o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em nota.

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