O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (15/10) que poderão ser aplicadas penalidades caso seja constatada falha por negligência de agentes do setor elétrico no apagão que atingiu todas as regiões do país na madrugada de ontem (14).
Ele destacou que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) investiga se o incêndio em um reator da Eletrobras na subestação de Bateias (PR) decorreu de negligência. Se for comprovada, a empresa poderá ser responsabilizada. “Foi numa subestação da Eletrobras que houve o erro. Mas quem faz essa apuração é o ONS, que naturalmente conduzirá de forma técnica e adequada”, disse.
A declaração foi dada a jornalistas após audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados. O ministro atendeu à convocação do colegiado para discutir a política energética brasileira, as relações bilaterais no setor e a segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN).
O ministro destacou que o episódio não deve ser classificado como apagão, mas como uma interrupção pontual no fornecimento de energia, com rápida atuação do ONS, e afirmou que não há motivo para “causar pânico no povo brasileiro”. “Houve uma interrupção pontual, o sistema funcionou rapidamente, fez um corte automatizado e controlado de 8% a 12% em cada estado.”
Entenda
O apagão que atingiu várias regiões do país foi provocado por um incêndio em um reator na subestação de Bateias, no Paraná, às 0h32, que desligou a linha de transmissão de 500 kV e desconectou a interligação entre as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. O desligamento inicial provocou um efeito dominó, o desequilíbrio no sistema acionou os mecanismos de emergência, gerando interrupções em diversas localidades.
A recuperação ocorreu de forma controlada e gradual. O fornecimento de energia foi normalizado em cerca de 1h30 nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto o Sul levou aproximadamente 2h30 para restabelecer completamente o serviço.
O ONS deve concluir em até 30 dias o Relatório de Análise de Perturbação (RAP), que vai apurar as causas, os impactos e as responsabilidades pelo incidente. Caso seja comprovado que o incêndio na subestação da Eletrobras tenha resultado de falha de manutenção ou negligência, a empresa poderá ser responsabilizada. O documento também indicará medidas corretivas para evitar a repetição do problema.
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