RECONHECIMENTO

Correio está entre os vencedores do Prêmio ABDE de Jornalismo

Matéria assinada pelas jornalistas Adriana Bernardes e Mariana Niederauer mostra como financiamentos públicos fortalecem a agricultura familiar e ampliam cadeias produtivas

As jornalistas Adriana Bernardes, Mariana Niederauer e o repórter-fotográfico Minervino Júnior  -  (crédito:  Ed Alves/CB)
As jornalistas Adriana Bernardes, Mariana Niederauer e o repórter-fotográfico Minervino Júnior - (crédito: Ed Alves/CB)

O Correio Braziliense conquistou o 2º lugar na categoria Texto Regional da 2ª edição do Prêmio ABDE de Jornalismo, promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento. Um reconhecimento nacional para um trabalho que nasceu em forma de pergunta, e cresceu até se tornar uma narrativa sobre o que significa fomentar o desenvolvimento, na prática, onde o Brasil rural ergue suas histórias.

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Publicada em 30 de setembro, no site do Correio, a matéria premiada "Impulsionando o desenvolvimento: como programas de fomento alavancam o agronegócio no Brasil e transformam vidas",  foi escrita por Adriana Bernardes, coordenadora da editoria de Cidades, e Mariana Niederauer, editora do CB Online, com foto de capa de Minervino Júnior. A equipe buscou dados técnicos e encontrou, no meio do caminho, gente comum que carrega no corpo a memória do esforço e, agora, a surpresa de prosperar.

O prêmio, promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), em parceria com a Finep, reconhece reportagens que mostram como o Sistema Nacional de Fomento (SNF) atua no crescimento econômico, social e ambientalmente sustentável do país. Nesta edição, o tema central foi "O Sistema Nacional de Fomento no financiamento ao desenvolvimento regional sustentável", com foco em iniciativas que estimulam a economia local, da infraestrutura ao agronegócio. Em destaque, 258 trabalhos de 23 estados foram inscritos.

Adriana conta que a ideia da matéria nasceu da pergunta: 'O que realmente acontece quando um programa de fomento chega ao pequeno produtor?' "Na pauta, a gente queria investigar o impacto dos programas de fomento na agricultura. Nós restringimos para esse setor da agricultura com enfoque no DF e no Centro-Oeste", explica.

As jornalistas recorreram à ABDE para levantar dados gerais do SNF e buscaram informações regionais para mapear como o dinheiro, quando chega na ponta, mexe com a vida de quem produz. "Um desenvolvimento regional sustentável beneficia não somente a cadeia do agronegócio, como também o comércio de máquinas, de defensivos agrícolas, de transportadoras. Gera empregos, movimenta a economia, aumenta as riquezas do município e do estado onde esse programa é colocado em prática."

Uma das histórias contadas é a de uma agricultora familiar de Ceilândia que herdou uma chácara sem grandes expectativas, em que a renda mal sustentava a família. Com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), ela transformou a própria vida a partir de um financiamento inicial pequeno de apenas R$2 mil.

"O técnico da Emater visitou a propriedade, identificou a vocação da área e elaborou um projeto de início simples, mas sustentável. Depois de prestar contas, a família recebeu mais R$2 mil. Nasceu ali uma pequena granja, que vendia frangos diretamente a um frigorífico da região. Quando o frigorífico fechou, deixando o casal sem saída, veio a necessidade de recomeçar do zero", conta Adriana.

Foi nesse momento, que novamente com o apoio da Emater, venderam a granja e montaram um projeto de viveiro de plantas. Este, mais maduro, não exigiu um novo financiamento. "Foi como se aquele pequeno incentivo inicial tivesse permitido à família criar raízes próprias. Hoje, a agricultora conseguiu se formar em pedagogia, as filhas estudam, e o negócio segue firme."

Outro destaque está na história de um produtor Lindinalvo Joaquim Silva, que carregava, desde criança, a lembrança das dificuldades enfrentadas pelo avô ao pegar um empréstimo. O medo o acompanhou por anos até que, orientado por um programa de incentivo, decidiu arriscar. "Ele venceu a resistência e expandiu a granja para São João da Aliança. Além de ter aumentado a produção, opera hoje, praticamente toda a cadeia produtiva do frango", conta Adriana.

 29/09/2025. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. A criação de aves e ovos da LJIL Avícola proprietário Lindinalvo Joaquim Silva.
Lindinalvo Joaquim Silva: financiamento foi essencial para expandir o negócio (foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Para ela, o prêmio é mais que um troféu. "É um sentimento de alegria enorme. Este é um reconhecimento de que estamos fazendo um jornalismo que importa. Histórias que realmente mudam vidas. E o jornalismo só faz sentido se for assim. Outras pessoas, ao lerem essa reportagem, podem se interessar e ter suas vidas transformadas também", diz.

A cerimônia de entrega do Prêmio ABDE de Jornalismo ocorrerá em 2 de dezembro, às 19h, no SESI-LAB, em Brasília.

 

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postado em 18/11/2025 18:13 / atualizado em 18/11/2025 18:19
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