O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que ainda espera uma resposta final da Alemanha sobre o aporte do país para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). O chefe da pasta afirmou estar confiante em um veredicto sobre o montante expressivo destinado à proposta brasileira na Cúpula do Clima de Belém (COP30) até o fim de dezembro.
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“A ideia nossa é, na nossa presidência, angariar pelo menos US$ 10 bilhões (ao TFFF). Nós estamos com US$ 5,5 bilhões anunciados. Tínhamos uma expectativa de que já na COP a Alemanha fosse fazer um aporte considerável, como o próprio primeiro-ministro (Friedrich Merz) mencionou. Antes de qualquer um de nós, ele próprio deu a público que a Alemanha não vai se furtar a ajudar o fundo de florestas”, disse o ministro, nesta segunda-feira (10/11), ao programa Bastidores CNN.
O TFFF é um fundo destinado a mais de 70 países que possuem florestas tropicais no mundo. O objetivo é remunerar esses países por iniciativas que mantenham as florestas em pé. Para receber recursos do fundo, as nações devem ter taxas de desmatamento inferiores a 0,5%. O pagamento, no entanto, só será total se o desmatamento for igual a zero. Entre 0% e 0,5%, haverá desconto no valor.
“Eu calculo que até o final deste ano, a Alemanha anuncie. Até porque estamos para fechar o acordo Mercosul-UE, depois de uma longa negociação, o que também é uma boa-nova para o mundo. Então eu acredito que nós vamos superar durante a presidência do Brasil, que começa agora, e se estende por um ano, eu penso que nós vamos superar US$ 10 bilhões”, acrescentou o ministro.
Apesar do otimismo em relação ao fundo, Haddad ponderou sobre a viabilidade das outras propostas a curto prazo, como por exemplo a Roadmap Belém-Baku, que consiste em um roteiro que estabelece mecanismos para mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano em financiamento climático até 2035 para países em desenvolvimento. O plano é considerado ambicioso pelo montante financeiro previsto.
“Então é preciso, também, não vender a ilusão de que essas coisas vão sair do papel muito rapidamente. O que eu acho mais viável no curto prazo é o fundo de florestas, eu acredito que é viável em um prazo mais curto, e o mercado internacional de carbono, com o apoio da China e da União Europeia, é uma ideia mais viável em um prazo curto. Ideias mais elaboradas vão exigir mais tempo de estudo do ponto de vista da sua operacionalização”, completou.
