Segurança pública

PL Antifacção 'asfixia financeiramente' a PF, critica Haddad

Ministro cita operações recentes da PF no Rio e em Brasília e diz que o projeto aprovado ontem (18/11) na Câmara compromete combate ao crime organizado

No dia seguinte à operação da Polícia Federal que prendeu o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e outros cinco integrantes da empresa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar nesta quarta-feira (19/11) o Projeto de Lei (PL) Antifacção, aprovado na Câmara. O chefe da pasta citou as ações recentes no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, para afirmar que, caso o texto atual siga adiante no Congresso Nacional, a atuação da Polícia Federal e de outros órgãos do Executivo será diretamente impactada.

Na avaliação de Haddad, o projeto “asfixia financeiramente” a PF. “Nós não podemos deixar essas operações serem enfraquecidas por um relatório assodadamente votado, sem que os especialistas fossem ouvidos, sem que os órgãos fossem ouvidos adequadamente, à luz do dia, em audiência pública, para que todo mundo tenha conhecimento do que aconteceu”, disse o ministro na saída do Palácio do Planalto.

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O titular da Fazenda também comentou sobre a possível aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública que, se passar pelo Congresso, pode representar uma importante vitória para o governo no Legislativo. “A PEC da Segurança Pública já tem relator, mas ainda não tem data para votar e é uma PEC importante porque integra os órgãos de suporte ao crime organizado, que é justamente Receita Federal e Coaf”, destacou.

O ministro revelou que ainda não conversou sobre o tema com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que participa dos últimos dias da Cúpula do Clima (COP30), em Belém. Segundo ele, o assunto deve ser tratado na viagem que os dois farão à África do Sul, para participar da Cúpula de Líderes do G20, prevista para os dias 22 e 23 de novembro.

“Você vai complicar o impedimento para abrir brechas para o bandido atuar, ao invés de combater os órgãos que atuam contra a corrupção e o crime organizado? É uma contradição e nós temos que resolver”, completou Haddad.

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