
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi cauteloso ao comentar a liquidação extrajudicial do Banco Master e a prisão de Daniel Vorcaro, proprietário da instituição financeira. À imprensa na portaria do ministério, ele afirmou confiar na consistência do processo conduzido pelo Banco Central.
“Não vou comentar, porque é um assunto do Banco Central, mas vocês acompanharam todo o processo. O Banco Central é o órgão regulador do sistema financeiro, e tenho certeza de que, para ter chegado a esse ponto, todo esse processo deve estar muito robusto”, declarou Haddad.
O ministro ainda reiterou que o governo está disposto a dar suporte ao BC diante dos desdobramentos da intervenção. “O que cabe à Fazenda é dar suporte às consequências desse ato. Se houver, estamos prontos para colaborar”, afirmou.
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A liquidação extrajudicial do Banco Master foi decretada nesta terça-feira (18/11), menos de 24 horas após um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira solicitar autorização para adquirir o Master S.A. A decisão foi assinada pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
A deterioração da situação do Banco Master já era monitorada pela autoridade monetária desde setembro, quando o BC rejeitou a proposta do Banco de Brasília (BRB) para comprar a instituição. O modelo de negócios do Master era considerado arriscado por oferecer rendimentos muito acima dos praticados pelo mercado, lastreados por papéis garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos.
O proprietério do Banco Master, Daniel Vorcaro, foi preso na segunda-feira, em São Paulo. Segundo a Polícia Federal, ele estava sendo monitorado. A detenção ocorreu no âmbito da Operação Compliance Zero, que investiga a emissão de títulos de crédito falsos por instituições do Sistema Financeiro Nacional. Entre os crimes apurados estão gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.
O que é a liquidação extrajudicial
A liquidação extrajudicial é utilizada pelo Banco Central quando a instituição financeira apresenta situação irrecuperável ou quando comete infrações graves às normas do setor. A medida retira imediatamente o banco do Sistema Financeiro Nacional, interrompe suas operações e transfere a administração dos ativos para um liquidante nomeado pelo BC.
O processo não tem prazo determinado e se encerra apenas por decisão do Banco Central ou pela decretação de falência.
Com informações da Agência Estado
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