O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) comemorou a reversão da tarifa de 40% sobre o item e outros mais de 200 produtos alimentícios. Os Estados Unidos são, historicamente, o maior comprador de café brasileiro no mundo. Somente em 2024, as empresas do país venderam US$ 1,9 bilhões aos norte-americanos, o que representou um avanço de 67,6% em relação ao período anterior, de acordo com dados do Comex Stat.
O Cecafé destacou o diálogo que teve nos últimos meses com os governos brasileiro e norte-americano, além das conversas com a National Coffee Association (NCA), que representa o mesmo setor nos EUA. O produto estava sob efeito de uma tarifa adicional de 50% desde o dia 6 de agosto deste ano, que reduziu para 40% na sexta-feira anterior (14/11), após o governo Trump reduzir em 10% a alíquota para diversos alimentos importados do mundo inteiro.
“A celebração da reversão das medidas ocorre após meses de intenso trabalho de representação dos interesses dos cafés brasileiros. Trata-se de uma histórica vitória para toda a cadeia produtiva do agronegócio café, que somente foi possível graças ao suporte dos associados, do Conselho Deliberativo do Cecafé e do setor privado norte-americano, que colaboraram e alinharam estratégias e frentes de atuação durante todo o período de enfrentamento do tarifaço”, destaca, em nota, a entidade.
Apesar da reversão sobre o café não torrado, o café solúvel ainda está sob efeito da tarifa de 40%. Diante disso, o Cecafé acrescenta que segue com o trabalho de negociação junto às entidades norte-americanas para reverter a alíquota também sobre este produto. “Com os avanços na relação bilateral e a boa relação entre os negociadores, o Cecafé seguirá atuando com informações estratégicas para buscar a isenção completa de todo o setor diante dos impactos positivos a toda cadeia produtiva brasileira”, ressalta.
Indústria mineira
De acordo com dados do Comex Stat, em 2024, o estado de Minas Gerais foi responsável por quase 70% de toda a exportação de café brasileiro para os Estados Unidos. Nesse contexto, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também destaca, em nota, que considera “altamente positiva” a decisão anunciada pelo governo dos EUA nesta quinta-feira (20).
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A entidade destaca, ainda, que a reversão tarifária reforça a importância da persistência nas negociações com o país. Além do café, a decisão também impacta a carne bovina – outro produto relevante na pauta exportadora do estado – e traz alívio a esses setores que sofreram recentemente com a perda de competitividade no mercado norte-americano.
“A retirada da tarifa de 40% confirma aquilo que sempre defendemos: as negociações são o meio mais eficaz para reequilibrar o ambiente de negócios. O diálogo consistente entre Brasil e Estados Unidos é fundamental para proteger a indústria mineira e garantir previsibilidade aos nossos exportadores”, comenta Flávio Roscoe, presidente da Fiemg.
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