Debate

Oferta de crédito alavanca desenvolvimento econômico do Nordeste

Correio e Banco do Nordeste (BNB) realizam nesta quinta (4/12) evento para discutir como expandir a capacidade produtiva e cultural da região

Helton Chagas Mendes, superintendente do Crediamigo, do Banco do Nordeste
 -  (crédito: Fernando Cavalcante )
Helton Chagas Mendes, superintendente do Crediamigo, do Banco do Nordeste - (crédito: Fernando Cavalcante )

A economia nordestina se encontra em um momento de consolidação como um dos principais vetores do país. Segundo o relatório macrorregional do Nordeste do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre-FGV) de junho, a região registrou o maior crescimento de rendimento domiciliar per capita entre 2012 e 2024, de 26,7%, superior ao da média nacional de 18,9%. Entretanto, segue com o menor rendimento per capita do país, o rendimento médio nordestino em 2024 (R$ 1.319) equivale a 65% da média nacional. 

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De acordo com o documento do IBRE, a dinâmica da atividade econômica no Nordeste permanece dependente do crédito e do consumo das famílias. Os setores de serviço e comércio, que segundo o relatório do Novo Caged de outubro são as atividades econômicas com maior saldo de empregos, são sensíveis à eficácia de políticas de estímulo. O monitoramento de medidas de estímulo, como os programas de crédito voltados às famílias, é essencial. 

O Banco do Nordeste (BNB) oferece o Crediamigo, maior programa de microcrédito produtivo e orientado do Brasil e da América do Sul, que atua como política pública há 27 anos. É o que informa o superintendente do Crediamigo, Helton Chagas Mendes. Com 3 milhões de clientes e mais de 2,16 milhões de operações ativas, o programa está a caminho de registrar o maior volume de desembolso de sua história. A expectativa é atingir R$13,2 bilhões até o final de 2025. 

Segundo o Caged, o Nordeste possui cerca de 19 milhões de microempreendedores informais, foco da atuação do Crediamigo. De acordo com Mendes, os empréstimos do programa se concentram principalmente no setor de comércio, sendo uma política pública importante para comunidades vulneráveis, por impulsionar a economia local.

"Tudo que se financia para o microemprendedor volta para a comunidade, porque geralmente de 60% a 70% do que financiamos é compra e venda de mercadoria. Esses recursos, vão gerar um movimento muito forte em cada uma das comunidades com as quais temos a oportunidade de interagir. Estamos falando de impacto na geração de renda para ele e para a família, mas também está gerando para a comunidade, para os outros empreendimentos que fazem parte desse microcircuito.", afirmou.

O executivo destacou o crescimento das mulheres empreendedoras no Nordeste e a existência de linha de crédito com vantagens exclusivas para o público feminino, a Crediamigo Delas. "Aprendemos ao longo dessa história que as mulheres são muito empreendedoras. Geralmente, quando se está falando em comunidades, em regiões mais vulneráveis, elas têm atividades que nem sabiam que seriam um empreendimento, e com suporte financeiro, elas começaram a potencializar seus negócios ", completou.

Educação financeira

Segundo o executivo, além de apoiar os microempreendedores com créditos, o programa também auxilia seus clientes com educação financeira.

Outra área de preocupação do Banco do Nordeste é o avanço da digitalização e tecnologia. De acordo com Mendes, o BNB tem um setor específico, focado apenas para o futuro da operação. 

"Nosso agente de crédito tem uma carteira de 600, 650 clientes. Sabemos que com mais tecnologia, o mesmo agente pode atuar com 1.000, 1.100, 1.300 empreendedores. É isso que queremos: escalar em tecnologia, olhando para o futuro, melhorando a experiência do nosso cliente", ressaltou. 

Para aprofundar esse debate, autoridades, especialistas e lideranças se reúnem em um encontro, realizado pelo Correio Braziliense em parceria com o Banco do Nordeste no dia 4/12, que coloca em pauta os avanços recentes e os desafios que ainda se impõem. O objetivo é promover uma reflexão estratégica sobre como o Nordeste pode continuar expandindo sua capacidade produtiva e social, de forma sustentável e equilibrada.

*Estagiário sob a supervisão de Victor Correia

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CY
postado em 01/12/2025 03:55 / atualizado em 03/12/2025 15:13
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