Após decisão do Copom

BC deve usar outras formas para combater inflação, defende CNI

Entidade que representa setor industrial acredita que taxa de juros poderia estar bem abaixo do patamar atual, sem prejudicar a economia

Primeira reunião do Copom em 2026 está marcada para os dias 27 e 28 de janeiro  -  (crédito: Reprodução/Leonardo Sá/Agência Senado/Flicker)
Primeira reunião do Copom em 2026 está marcada para os dias 27 e 28 de janeiro - (crédito: Reprodução/Leonardo Sá/Agência Senado/Flicker)

Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a taxa básica de juros nos atuais 15% ao ano, na última reunião de 2025, nesta quarta-feira (10/12), a Confederação Nacional da Indústria emitiu nota em que contesta a manutenção e reforça o posicionamento de que a Selic poderia estar bem abaixo do patamar atual.

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A entidade lembrou que a taxa de juros real, que subtrai a Selic nominal pela inflação, deve fechar o ano em cerca de 10,5%, o que representa um nível 5,5 pontos percentuais superior à taxa neutra estimada pelo Banco Central. Diante disso, o Brasil segue entre os países com as maiores taxas de juros reais do mundo, ficando atrás somente da Turquia.

De acordo com a CNI, a taxa básica de juros ideal deveria estar em torno de 10,5%, considerando o controle da inflação e o pleno emprego. Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, fatores como a desaceleração econômica, a queda da inflação e a perda de ritmo do mercado de trabalho já seriam motivos suficientes para o início do ciclo de corte de juros nesta última reunião.

“A manutenção dos juros nesse patamar tão elevado é excessiva e prejudicial, uma vez que intensifica a perda de ritmo da atividade econômica, encarece muito o crédito, inibe o investimento e penaliza a competitividade da indústria”, afirma Alban, que lembrou ainda que o próprio Copom reconhece que os efeitos dos juros elevados ainda não se materializaram por completo, “havendo espaço para uma mudança gradual na política monetária sem comprometer a convergência da inflação para a meta”.

Como já havia mencionado o presidente da entidade ontem, em coletiva promovida para comentar as projeções para 2026, a CNI defende que o Banco Central utilize outras formas para controlar a inflação, ainda persistente acima da meta de 3%. Além disso, a confederação também pede que o BC inicie já na primeira reunião do Copom em 2026 — marcada para os dias 27 e 28 de janeiro de 2026 — o ciclo de cortes na Selic.

“O Banco Central deve acelerar o ritmo de corte da taxa de juros com a utilização de outros instrumentos de política monetária, como os depósitos compulsórios, que têm menor custo fiscal e exercem papel semelhante ao da Selic ao restringir a disponibilidade de crédito no sistema financeiro”, acrescenta, em nota, a CNI.

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postado em 11/12/2025 14:24
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