A Federação da Indústria do Estado de Minas Gerais (Fiemg) cobra uma resposta contundente do governo federal em relação à prática de dumping nas importações de malhas de poliéster da China. De acordo com uma nota publicada nesta terça-feira (2/12), investigações conduzidas pelo governo comprovam a atitude desleal do mercado chinês no país. Para a entidade, o Executivo deveria aplicar o direito antidumping nas compras desse produto.
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Esse direito é previsto entre os países que fazem parte da Organização Mundial do Comércio (OMC) e representa a adoção de um imposto extra sobre determinado produto ou alguma empresa de um país exportador para manter a competitividade dentro do mercado interno.
Na última quinta-feira (27/11), o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) manteve a aplicação do antidumping na pauta do grupo e deve definir se aprova a medida, ou não, no próximo dia 18 de dezembro. No entanto, também há uma pressão de importadores para que o texto não passe adiante.
Um dos argumentos levados por esse grupo ao governo para defender a não imposição do antidumping é que o Brasil não produz todos os tipos de malhas para o setor. Sobre isso, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, acredita que o argumento é falacioso, pois não sustenta a manutenção dessas práticas no país.
“Aqui pode se fazer tudo, em termos tecnológicos, de infraestrutura, a indústria é moderna, é uma indústria relativamente nova, tem competência e qualidade técnica, o Brasil ainda é um dos maiores produtores de malha do mundo e por isso mesmo está sofrendo dumping, porque é um mercado atrativo e interessante, e vale a pena fazer aqui”, destaca.
Além de sufocar as empresas nacionais, a federação destaca que o dumping pode elevar os preços de produtos no futuro, visto que as companhias que praticam isso devem ficar com uma parcela maior do mercado.
“O dumping é igual a uma droga. Dá aquela sensação boa no curto prazo e, depois, no médio ou longo prazo, é extremamente nocivo para a economia. Então com o dumping, no curto prazo, você compra um produto muito mais barato do que você fabricaria esse produto”, acrescenta o presidente da entidade.
