FUTEBOL

Finalistas da FA Cup, City e United não completam um time de ingleses

Competição de futebol mais antiga do mundo será decidida neste sábado (25/5), às 11h, em um dérbi mais globalizado do que local

Wembley é a casa das seleções da Inglaterra e dos jogos mais nobres do futebol do país. Em 1º de junho, receberá a final da Liga dos Campeões, entre Borussia Dortmund e Real Madrid -  (crédito: Divulgação/Wembley)
Wembley é a casa das seleções da Inglaterra e dos jogos mais nobres do futebol do país. Em 1º de junho, receberá a final da Liga dos Campeões, entre Borussia Dortmund e Real Madrid - (crédito: Divulgação/Wembley)

É natural que a competição mais antiga do futebol mundial pertença aos próprios inventores. Talvez só não seja comum o fato de o berço desse esporte mais importar do que utilizar ou desenvolver pratas da casa. Disputada há 153 anos, desde a temporada 1871/1872, a FA Cup, a popular Copa da Inglaterra, coloca em cartaz, na matinê deste sábado (25/5), às 11h, um espetáculo em crise identidade: o dérbi muito mais global do que local, entre Manchester City e Manchester United.

As escalações titulares de City e United, neste sábado, possivelmente, não completarão um time de boleiros nascidos na terra do Rei Charles III. É um contraste quando se trata da decisão do segundo torneio mais importante da Inglaterra, no palco somente de disputas especiais e dos compromissos das seleções masculina e feminina do país. Levantamento do Correio considerou duas partidas de cada time para medir o nível de representatividade inglesa: as semifinais da FA Cup e a 38ª rodada da Premier League.

No pedágio da final contra o Chelsea, com vitória por 1 x 0, em 20 de abril, o técnico espanhol Pep Guardiola levou a campo um time no esquema 3-4-2-1 com o goleiro Stefan Ortega (Alemanha); linha defensiva formada por Kyle Walker (Inglaterra), Nathan Aké (Holanda) e Manuel Akanji (Suíça); Bernardo Silva (Portugal), John Stones (Inglaterra), Rodri (Espanha) e Jack Grealish (Inglaterra); Kevin De Bruyne (Bélgica) e Erling Haaland (Noruega). O número de ingleses caiu pela metade no jogo do inédito tetracampeonato nacional dos citizens, o triunfo por 3 x 1 sobre o West Ham, em 19 de maio. Guardiola mudou a formação para o 4-1-4-1 e substituiu John Stones pelo croata Gvardiol e Jack Grealish pelo belga Jeremy Doku.

O modus operandi é o mesmo na equipe do lado vermelho de Manchester. Dono da prancheta, o holandês Erik ten Hag sofreu para eliminar o modesto Coventry City, da segunda divisão, por 4 x 2, nos pênaltis, após abrir

3 x 0 no tempo regulamentar e ceder o empate. Desenhou equipe no 4-2-3-1 com André Onana (Camarões); Casemiro (Brasil), Harry Maguire (Inglaterra), Aaron Wan Bisaka e Diogo Dalot (Portugal); Kobbie Mainoo (Inglaterra) e Scott McTominay (Escócia); Alejandro Garnacho (Argentina), Bruno Fernandes (Portugal) e Marcus Rashford (Inglaterra); e Rasmus Hojlund (Dinamarca). Para efeito de comparação, o Coventry City tinha três gringos no início da partida: o zagueiro jamaicano Joel Latibeaudiere, o lateral-direito holandês Milan van Ewijk e o atacante estadunidense Haji Wright.

No último compromisso pela Premier League 2023/2024, os red devils foram a campo com dois ingleses. O lateral Aaron Wan Bisaka e o meia Kobbie Mainoo foram mantidos, enquanto o zagueiro Harry Maguire e o atacante Marcus Rashford deram lugares ao argentino Lisandro Martínez e ao marfinense Amad Diallo. O norueguês Hojlund teve a vaga reivindicada pelo marroquino Amrabt na vitória por 2 x 0 sobre o Brighton & Hove Albion, fora de casa.

A presença massiva de gringos na decisão da Copa da Inglaterra é reflexo do poder econômico da badalada Premier League. Dos 533 jogadores dos 20 principais clubes da elite do país em 2023/2024, 360 nasceram em outro país, o equivalente a 67%. A liga é, disparada, o maior destino de jogadores de fora. O vice-líder no ranking é a Série A italiana, com 348 de 549 (63%). O Everton é o "menos" fã dessa tendência. Onze dos 24 atletas do plantel da equipe de Liverpool são gringos. Proporcionalmente, o Fulham é o maior aproveitador desse tipo de talentos, com 22 estrangeiros entre 24 contratados.

Em jogo

Monopolizador de troféus na Inglaterra, o Manchester City tem a possibilidade de conquistar terceira dobradinha de Premier League e FA Cup, feito alcançado somente pelo arquirrival (1993/1994, 1995/1996 e 1998/1999) e pelo Arsenal (1970/1971, 1997/1998 e 2001/2002). O jogo também tem a curiosidade à beira do gramado. Desconsiderando os replays, os extintos desempates a partir de 2024/2025, jamais dois treinadores da liga haviam se enfrentado mais de uma vez em final. Pep Guardiola e Erik ten Hag derrubarão essa escrita. A partida, inclusive, será a última do holandês à frente da equipe. O alemão Thomas Tuchel e Maurício Pochettino são cotados como substitutos.

Ficha técnica

Copa da Inglaterra
Final (jogo único)
Local: Estádio Wembley, Londres
Transmissão: ESPN e Star+
Árbitro: Andy Madley

Prováveis escalações

Manchester City
Stefan Ortega; Kyle Walker, Manuel Akanji, Rúben Dias e Josko Gvardiol; Rodri, Mateo Kovacic; Bernardo Silva, De Bruyne e Phil Foden; Erling Haaland. Técnico: Pep Guardiola

Manchester United
André Onana; Wan-Bissaka, Raphael Varane, Lisandro Martinez e Diogo Dalot; Casemiro, Kobbie Mainoo; Bruno Fernandes e Scott McTominay; Alejandro Garnacho e Amad Diallo. Técnico: Erik Ten Hag

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postado em 24/05/2024 21:10
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