As decisões deste domingo (14/7) da Euro e da Copa América podem estabelecer uma nova ordem na sala de troféus dos dois principais torneios continentais de seleções do mundo. O planeta bola está a 90 minutos — e mais prorrogação e pênaltis, se necessário — de testemunhar a consolidação da hegemonia de duas potências do futebol.
Às 16h, no Estádio Olímpico, em Berlim, a Espanha tem a oportunidade de se desgarrar da Alemanha e virar a primeira tetracampeã em 64 anos de Eurocopa. O pedágio é derrotar a Inglaterra. Finalista pela segunda edição consecutiva, a adversária cobiça acessar a lista dos 11 detentores de título. Mais tarde, às 21h, a Argentina tem a chance de renovar o mandato na América do Sul, erguer o troféu pela 16ª vez e deixar o rival Uruguai para trás na hierarquia. Há uma Colômbia no meio do caminho no Hard Rock Stadium, em Miami.
Os vencedores dos torneios medirão forças na Finalíssima 2025, o tira-teima em jogo único entre os campeões da Uefa e da Conmebol, lançado em 2022. Há dois anos, a Argentina goleou a Itália por 3 x 0, em Wembley. O local da próxima edição não está definido.
Vamos por partes. A Alemanha é recordista de títulos da Eurocopa desde 1996, quando foi coroada a primeira tricampeã. O absolutismo germânico durou 16 anos. O revolucionário tiki-taka da Espanha empilhou dois títulos consecutivos em 2008 e em 2012. Somada à glória de 1964, a coleção igualou a supremacia alemã. Os dois países ostentam três taças.
Favorita contra a Inglaterra, a Espanha pegou um caminho dificílimo até a final. Derrotou a atual campeã Itália; venceu a Croácia, vice da Copa de 2018 e terceira em 2022; e espantou a zebra diante da Albânia. Das oitavas em diante, desbancou a estreante Geórgia, a anfitriã Alemanha e a França, finalista dos últimos dois mundiais e da Euro-2016.
A raia da Inglaterra teve menos dificuldades. Os súditos do Rei Charles III avançaram em primeiro lugar no Grupo C contra Dinamarca, Eslovênia e Sérvia. Na etapa eliminatória, despacharam Eslováquia, Suíça e Holanda com direito a gols nos últimos suspiros.
"Temos que levar em conta o nível de excelência dos nossos jogadores. O nosso talento é fantástico e merecedor de prêmios individuais. Rodri, por exemplo, já deveria ter conquistado uma Bola de Ouro", defende o técnico da Espanha, Luis De La Fuente.
A Inglaterra tem antídotos. Um deles, a Espanha conhece bem. Em 2017, o craque Phil Foden foi protagonista na final do Mundial Sub-17, na Índia. Fez dois gols no triunfo por 5 x 2 na decisão e ganhou o prêmio de melhor jogador do torneio.
Iluminado em decisões, o meia projeta o duelo. "Vai ser a partida mais importante da minha carreira. Pode mudar as nossas vidas. Estamos ansiosos. A Espanha é uma seleção fantástica, mas confiamos na nossa capacidade", avisa Foden. A Inglaterra não é campeã desde a Copa de 1966 e disputará pela primeira vez uma final fora de casa. Em 2021, perdeu a oportunidade do título inédito nos pênaltis contra a Itália, em Wembley.
Em Miami
O Uruguai ostentou sozinho o recorde de títulos da Copa América até 2021. Reinava absoluto havia 10 anos com 15 troféus até a Argentina derrotar o Brasil no Maracanã e igualar a coleção celeste. A expectativa era por um tira-teima entre os papa-títulos do continente, porém a Colômbia não permitiu. Atual campeã continental, a Argentina atingirá 16 taças e se isolará como maior vencedora caso tenha sucesso hoje à noite.
O favoritismo da Argentina é evidente. A seleção disputará a quarta final sob batuta do técnico Lionel Scaloni. Venceu a Copa América em 2021 contra o Brasil, a Finalíssima em 2022 com um recital diante da Itália e a Copa do Mundo do Catar. Há um mantra em casa um desses títulos: a presença do goleiro Emiliano "Dibu" Martínez ao lado do treinador na última entrevista coletiva antes da decisão. A corrente não pode ser quebrada.
Confiante, o herói na vitória nos pênaltis contra o Equador nas quartas de final provocou a Colômbia. "Mais um e voltamos a ser bicampeões da América", disparou. O país não ganha duas edições consecutivas da Copa América desde 1991 e 1993. A expectativa é pela apoteose de Di María. Símbolo da era vitoriosa ao lado de Messi, ele se aposentará da seleção.
Derrotada pelo Peru na final de 1975 e campeã da Copa América em casa em 2001, a Colômbia acumula 28 partidas de invencibilidade. Um dos responsáveis pela série é o técnico Néstor Lorenzo, vice no Mundial de 1990 na Itália com a camisa da Argentina.
Protagonista de seis assistências e um gol na Copa América, o maestro James Rodríguez tinha 10 anos quando a Colômbia conquistou o torneio em casa na edição de 2001. Aos 33, desfruta a oportunidade de levantar o troféu no papel de capitão. "Estou defendendo a seleção da Colômbia há quase 13 anos e sonhando com isso. Nosso país está há mais de 20 anos desejando chegar em mais uma final. Estou muito feliz", afirmou.
Sala de troféus
Eurocopa
3 títulos
Alemanha
Espanha
2 títulos
Itália
França
1 título
Rússia
República Tcheca
Eslováquia
Portugal
Holanda
Dinamarca
Grécia
Copa América
15 títulos
Argentina
Uruguai
9 títulos
Brasil
2 títulos
Paraguai
Chile
1 título
Bolívia
Colômbia
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