Lá se vão 16 anos desde que o futebol feminino do Brasil subiu ao pódio de uma Olimpíada pela última vez. Diante da atual campeã mundial Espanha, às 16h desta terça-feira (6/8), no Vélodrome, em Marselha, a Seleção Brasileira tentará chegar à grande decisão dos Jogos de Paris-2024 e findar o jejum que perdura desde a edição de 2008, em Pequim.
A missão pelo objetivo, no entanto, poderá ter uma baixa de peso. Em decorrência de uma falta dura na espanhola Olga Carmona, Marta acabou expulsa nos minutos finais da primeira etapa durante a derrota por 2 x 0 para a Espanha, ainda na fase de grupos.
A camisa 10 ergueu o pé a uma altura elevada, durante tentativa de chutar uma bola pelo alto. Por ter atingido a cabeça da adversária, não só foi expulsa, como foi punida com gancho de duas partidas de suspensão. A Fifa considerou o lance como falta grave.
A CBF tenta recorrer da decisão do comitê disciplinar da entidade que rege o futebol mundial para garantir um efeito suspensivo e contar com a capitã para a partida. Porém, ainda não tem uma resposta final.
Independente da presença de Marta, o foco do time verde-amarelo estará em dar fim à sina de bolas na trave por um lugar no pódio. Nos Jogos de Tóquio-2020, caiu nas quartas de final diante do Canadá, nos pênaltis, depois de se classificar em segundo lugar no Grupo F.
Na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, conseguiram chegar às semis depois de superar a Austrália nos pênaltis, mas acabaram eliminadas pela Suécia, mais uma vez na marca da cal. Na luta pelo bronze, foram novamente superadas pelas canadenses, por 2 x 1. Em Londres-2012, o algoz foi o Japão, novamente nas quartas.
A última honraria aconteceu na China. Com Marta, Formiga & Cia., a Seleção chegava à decisão pela segunda vez seguida, mas acabou, assim como em Atenas-2004, superada pelos Estados Unidos. As duas campanhas terminadas com a medalha de prata foram concluídas com derrotas por 1 x 0 e 2 x 1, respectivamente.
As candidatas da vez a impedir o Brasil por um retorno ao pódio, além de campeãs da Copa do Mundo realizada na Austrália e na Nova Zelândia, são referência no planeta bola.
Primeiro lugar no ranking feminino de seleções, a Espanha tem como principais armas na luta pelo ouro inédito as presenças das meio-campistas Aitana Bonmati e Alexia Putellas. Jogadoras do Barcelona, a dupla compartilha entre si o título de melhor jogadora do mundo das últimas três temporadas.
Apesar de ter sido derrotado por La Roja na primeira fase, o Brasil chega embalado para o confronto. Nas quartas de final, a vitória por 1 x 0 diante da anfitriã França selou o primeiro triunfo brasileiro diante dos Les Bleus. A vaga foi garantida com emoção, com direito a pênalti da zagueira Karchaoui defendido por Lorena. Na segunda etapa, a brasiliense Gabi Portilho garantiu a vaga.
“A gente sabe que é um campeonato muito difícil. Você vê os outros jogos. Foram prorrogação e tudo mais, mas a gente vai até o final. A gente sente dor, abdica de muita coisa, mas estou muito feliz e extremamente grata. Vamos por mais. Vamos para essa semifinal de revanche contra a Espanha. Vamos com tudo que a gente vai em busca desse pódio, dessa medalha de ouro”, disse a jogadora nascida no DF, em entrevista à TV Globo.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima
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