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Marotinha: criadores da prova no Dia das Crianças celebram edição de 2025

Diretor de Relações Institucionais do Correio, Miguel Jabour, e o professor Francisco Xavier relembram como tiraram do papel a ideia de uma prova para as crianças do Distrito Federal

No domingo (12/10), às 7h, será dada a largada para a Marotinha 2025, no Eixo Cultural Ibero-Americano, ao lado da Torre de TV. A mais tradicional corrida infantil do Distrito Federal é feita em comemoração ao Dia das Crianças. Organizado pelo Correio Braziliense, o evento é parte do calendário de Brasília desde 1992, voltada para crianças de quatro a 13 anos, com baterias de 50, 75, 100, 200, 300 e 400 metros. A partir desta sexta-feira (10), das 10h às 22h, os kits estão disponíveis para a retirada no Shopping Conjunto Nacional, Espaço Jardim Urbano, 3º piso. As inscrições estão encerradas.

Para a prova, os inscritos receberão um kit completo, com a camisa oficial da prova, copo, medalha de participação — para todos que concluírem os percursos — sacochila personalizada e com lanches após a disputa. A premiação para os primeiros colocados nas seis baterias será uma bicicleta, como forma de fomentar o esporte brasiliense desde os primeiros anos da infância.

Neste ano, a competição está de local novo, no Eixo Cultural Ibero-Americano, ao lado da Torre de TV. No último ano, o Centro Integrado de Educação Física (CIEF), na 907 Sul, recebeu a disputa. Nesta edição, a organização optou por um ponto de mais fácil acesso aos competidores, além de fazer parte de um dos cartões-postais da capital federal.

Diretor de Relações Institucionais do Correio Braziliense, Miguel Jabour, foi um dos idealizadores da Marotinha Brasília, ao lado de Sérgio Lima da Graça, diretor do Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação (Defer), na época, secretário de esporte. Após um encontro em Barcelona, para assistir às Olimpíadas de 1992, Jabour sugeriu ao amigo para criarem uma corrida infantil no Dia das Crianças. A ideia foi muito bem aceita pelo companheiro. No Brasil, contaram com o auxílio do professor Francisco Xavier, também diretor do Defer naquele período.

"Foi uma iniciativa que abraçamos com muita satisfação, com muito entusiasmo, porque era justamente aquela lacuna. A criança corre para todo lado. Então, por que não fazer esse trabalho de iniciação? Assim, a gente pensou em como fazer um evento para duas mil crianças, isso começando às 8h e terminando às 12h. Esse foi o nosso desafio, formatar esse evento, e a gente veio nesse processo evoluindo desde então", relembrou Xavier.

No começo, foram grandes os desafios para formular uma prova que atendesse a todos os públicos. Apesar de serem todos crianças, era perceptível a diferença entre aquelas que iam apenas para se divertir, conquistar a medalha, os kits e aproveitar o lanche, daquelas que realmente queriam competir, muito além de desfrutar do Dia da Criança. Outro ponto para ser batido o martelo foi a decisão de liberar crianças de até seis anos para correrem ao lado dos pais. Desta forma, Miguel Jabour, professor Xavier e alguns fisiologistas recorrem à opção para incluir todas as idades na disputa.

A competição foi um sucesso. Com o decorrer dos anos, a Marotinha tomou força na capital federal, reforçando o poder do atletismo em Brasília. Atualmente, o evento é referência nacional, com passagens de muitos atletas que, na época, correram de forma lúdica nas pistas do Planalto Central. Nomes como Marilson Gomes dos Santos, campeão três vezes da Corrida de São Silvestre, Clodoaldo Gome, Lucélia Pérez, Diego Chargal e outros desfilaram no evento.

Assim como em corridas profissionais, existe um preparo e o que deve ou não ser feito antes de as crianças disputarem a Marotinha. O professor Xavier deu algumas dicas para os pais para orientarem as crianças no momento pré-prova. "Sempre falamos para não quebrar a rotina da criança, sempre se alimentar nos horários normais, nunca correr com um tênis novo, porque pode precisar de algum ajuste, e a criança fica incomodada com isso. Então, levantar um pouquinho mais cedo para que não pegue o trânsito, chegue lá num horário mais tranquilo para que a criança se ambiente com o local, nada de mudar a rotina alimentar. É fazer o que a criança normalmente faz", aconselhou.

"Não treine também muito nos dias que antecedem a Marotinha, porque muitas vezes esse treino não vai ter nenhum efeito para a corrida. E também deixar a criança mais livre, para que ela possa participar de uma forma mais tranquila, sem muita ansiedade, sem muita cobrança, porque, muitas das vezes, você vê que aquela cobrança não é da criança e, sim, do pai, que sobrecarrega o filho", completou.

Desde o princípio, o objetivo principal da competição é incentivar a prática dos esportes desde os primeiros anos de vida de uma criança. Na era da tecnologia e do uso excessivo de celulares e redes sociais, a prova promovida pelo Correio Braziliense oferece um espaço para que tanto os pais quanto os atletas mirins, possam se desconectar do mundo virtual para viver o momento ofertado.

No evento, não é permitido que a criança leve o celular, algo que Miguel Jabour considera um grande feito. "Hoje, você vai a um show, as pessoas estão mais filmando do que assistindo. Você vai num estádio de futebol, as pessoas estão mais jogando bet do que assistindo propriamente. E, na Marotinha, a criança não pode levar celular. Então, eu acho que isso é uma grande coisa. Têm os pais filmando e uma das coisas também que a gente não incentiva é ficar ligado o tempo todo no celular. O esporte é ao ar livre. Tem muito brinquedo lá para quem não quer levar o atletismo a sério. Tem muita coisa boa", afirmou. "O domingo será uma prova sensacional. Dia bonito, espaço novo. E sem necessidade de tela", celebra Jabour.

*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini

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