O conselho arbitral do Candangão 2026 foi um dos mais longos dos últimos anos. Representantes dos 10 clubes participantes, da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) e de órgãos públicos debateram ajustes no regulamento e questões relacionadas a responsabilidades administrativas. A reunião terminou com consenso pela manutenção do formato atual, mas deixou em aberto pautas que devem ser retomadas na próxima edição do torneio.
Entre os principais pontos discutidos, a definição do terceiro colocado seguirá sem alterações. Wendel Lopes, presidente do Gama, propôs a criação de uma partida específica para definir a posição, mas a ideia foi vetada por caracterizar mudança de formato, o que fere o contrato em vigor entre 2025 e 2027. Sem essa alternativa, os dirigentes discutiram duas opções: manter o modelo atual, que considera apenas o desempenho nas semifinais, ou incluir a pontuação da fase classificatória. A votação terminou empatada em 5 x 5 e, conforme o regulamento, prevaleceu a regra vigente.
Igor Kern, dirigente do Paranoá, justificou o voto contrário à mudança. “Entendemos o ponto levantado pelo Wendel pela disputa do terceiro lugar em jogo único, como acontece em competições em formato de Copa. O debate vale para o futuro, mas optamos por manter o regulamento anterior para esta edição, no formato e nos critérios de 2025.” Ainda assim, a FFDF não confirmou o dono da nova vaga do Distrito Federal na Copa do Brasil de 2026. Ceilândia e Brasiliense seguem no páreo e aguardam definição para ver quem será o representante do DF no torneio nacional.
Sobre o tema, Luiza Estevão, vice-presidente do Brasiliense, afirmou que o debate sobre uma eventual partida de terceiro lugar deve ser retomado apenas no próximo ano. “Como falei no conselho e segundo a própria Federação, isso seria mudar a fórmula de disputa, o que não é permitido neste ano. É algo a ser debatido no ano que vem, no arbitral para 2027.” Ela também criticou a diferença de cobranças entre os clubes, especialmente nas exigências impostas pela FFDF e órgãos de fiscalização, e citou um episódio nas categorias de base, em que um zagueiro teria sido escalado como segurança da partida.
O encontro transcorreu de forma serena, mesmo com as divergências. Godofredo Gonçalves, mandatário do Capital, avaliou positivamente a reunião. “Achei bastante produtiva, principalmente por esgotar a fundo todos os temas do campeonato. Quanto à disputa do terceiro lugar, defendi no ano passado que o melhor colocado na fase de grupos tivesse os pontos somados na definição da terceira posição, mas a proposta foi vencida pela maioria. Com o tema reacendido agora pela vaga extra na Copa do Brasil, creio que a mudança será uma tendência nos próximos anos, valorizando a campanha dos clubes já na primeira fase.”
Com clima de entendimento entre os dirigentes, o Candangão 2026 avança em ritmo estável. O torneio doméstico está marcado para se iniciar em 10 de janeiro e terá final única em 21 de março, no Mané Garrincha. A fórmula de disputa será a mesma adotada na última temporada: turno único na primeira fase, segunda etapa com semifinais de ida e volta e decisão em campo neutro. O vencedor receberá R$ 1,2 milhão em premiação do BRB, patrocinador máster da competição.
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