
Com menos de 90 dias para a bola rolar, a movimentação para o Campeonato Candango de 2026 já tomou corpo pelos quatro cantos do Distrito Federal. Garantidos na disputa do título da próxima temporada do torneio local, Aruc, Brasília, Brasiliense, Capital, Ceilândia, Gama, Paranoá, Real Brasília, Samambaia e Sobradinho começaram os trabalhos de bastidores visando a largada da pré-temporada. Nos últimos dias, teve clube se apresentando e movimentado o mercado da bola com contratações.
Previsto para ser realizado entre janeiro e março, o torneio deve manter a fórmula de disputa, com primeira fase em pontos corridos e mata-mata nas semifinais e na decisão. A novidade este ano vem do calendário nacional: com o aumento de vagas na Série D, o DF terá quatro representantes no Campeonato Brasileiro: Gama, Capital, Ceilândia e Brasiliense. Para esses clubes, a agenda cheia exige um planejamento mais cuidadoso, mas também oferece vantagem na hora de atrair os jogadores para a composição dos elencos.
Gama
Dentre os quatro clubes com calendário nacional, o Gama terá todo o cardápio à disposição: Candangão, Copa Verde, Copa do Brasil e Série D. O planejamento começou ainda sob o eco da festa pelo título local, conquistado em março, com o anúncio da permanência de Luís Carlos Carioca no comando técnico. Parte da espinha dorsal do time campeão também acertou a renovação: herói da final, o goleiro Renan Rinaldi permanece no elenco, assim como o capitão Moisés, o zagueiro Wellington e os laterais Michel e Lucas Piauí. Para o ataque, os gamenses buscaram Felipe Clemente, ídolo do rival Ceilândia, e ainda trouxeram dois reforços do Paranoá: o defensor Russo e o atacante Daniel Guerreiro.
Capital
Vice-campeão candango por dois anos seguidos, o Capital é outro com compromissos marcados em todo o calendário nacional. Após o desempenho decepcionante na última edição do quarto escalão do Campeonato Brasileiro, a diretoria arregaçou as mangas e dispensou uma barca do clube. Para guiar a reconstrução, o nome escolhido foi o de Fábio Brostel, ex-Porto Vitória, indicação direta do novo diretor de futebol, Marconi. Velho conhecido da torcida, o dirigente vestiu a camisa do clube nas duas últimas finais de Candangão. Em campo, a única permanência garantida é a do goleiro Luan. O tricolor anunciou a renovação na quarta-feira (16/10).
Ceilândia
Quanto aos “convidados de última hora”, o Ceilândia abre a lista dos beneficiados com a abertura das novas vagas na Série D, agora com 96 clubes participantes. O convite veio graças à boa campanha em 2024, na qual o Gato Preto avançou até as oitavas de final e foi eliminado pelo Barra. Fora das quatro linhas, em meio a um suspense quanto aos novos nomes no elenco, a primeira movimentação ficou por parte da chegada de Radamés Martins como diretor-executivo, ex-jogador do Brasiliense e dirigente do Legião no último Candangão. A beira do campo, nenhuma surpresa e Adelson de Almeida segue como comandante.
Brasiliense
Sem conquistar o Candangão há três edições, o Brasiliense ficou sem calendário neste ano e ficaria novamente para a temporada seguinte, mas voltou aos holofotes da Série D pela pontuação no ranking da CBF. Com pressa para recuperar o protagonismo, foi o primeiro clube do DF a se reapresentar e quem mais contratou até aqui. A pré-temporada começou na quarta-feira (15/10). Ao todo, 10 reforços chegaram na Boca do Jacaré: Daniel Vançam, Geovani e Felipe Manoel, vindos do Mixto-MT, além de Euller, Júnior Timbó e Regino, barca ex-Ceilândia. O ataque também foi renovado, com nomes como Wallace Pernambucano (ex-Capital), Júlio Vitor (ex-Goiatuba) e Caio Hones (ex-Nova Iguaçu). No banco, quem assume a prancheta é Lúcio Flávio. Ele treinou a Aparecidense na última temporada e, de lá, trouxe o lateral-direito Ivan.
Paranoá
Um dos maiores “emergentes” do futebol candango chega dos rumos do Paranoá. Constantemente com campanhas modestas e sem grandes ambições, o clube passou a incomodar desde a ascensão da Segundinha em 2021. De lá para cá, a Cobra Sucuri sequer correu riscos de rebaixamento e apenas frequentou a parte de cima da tabela. Em 2023, bateu na trave por um calendário nacional ao cair nas semifinais para o Real Brasília (futuro campeão), após dois empates. Para 2026, a diretoria afirmou estar no mercado em busca um novo técnico após a saída de Klésio Moraes do comando do clube. Em contato com o Correio, os dirigentes ainda escondem os nomes do plantel.
Sobradinho
Mesmo sem passaporte para a Série D ou qualquer torneio nacional, o Leão da Serra terá o calendário apertado no início do ano. Além do Candangão, o clube dividirá atenções com a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a tradicional Copinha, no início de janeiro. Em meio à preparação, a saída de Léo Roquete deixou vago o comando técnico, situação ainda não solucionada pela diretoria alvinegra. Outra novela gira em torno do Estádio Augustinho Lima, tradicional casa do clube, prometido pela Secretaria de Esportes e Lazer desde 2024, mas ainda envolto em indefinições. No mercado de transferências, a diretoria esconde o jogo quanto a novas contratações e renovações no elenco.
Samambaia
Outro em ascensão no futebol local é o simpático Cachorro Salsicha. Desde a retomada da parceria com o Brasiliense – na qual o Jacaré cede alguns dos atletas menos utilizados ao coirmão –, o clube encontrou estabilidade na elite local. O planejamento também começou antecipado, com a contratação do badalado Léo Roquete para o cargo de treinador. O jovem técnico carrega consigo um currículo recente de respeito, com vitoriosas passagens por Ceilândia, Real Brasília e Sobradinho nos últimas duas temporadas. Nesta quinta-feira (16/10), o time anunciou os dois primeiros reforços: o meia Mateus Nolasco, ex-Ceilândia, e o atacante Gabriel Pedra, contratado junto ao Jacaré após passagem por empréstimo em 2025.
Real Brasília
Os últimos anos do Real Brasília são verdadeiros altos e baixos. Depois de retornar à elite em 2023, de cara conquistou o título do Candangão de forma quase despretensiosa, com um elenco recheado de atletas da categoria de base. Com calendário nacional pela primeira vez em 2024, passou por uma intensa crise interna e flertou com o rebaixamento no torneio doméstico, além de apenas passear na Série D. Nesta temporada, voltou a brigar contra a degola e só conseguiu respirar aliviado na última rodada. Para 2026, a receita permanece a mesma: elenco formado quase integralmente pelos garotos da base, divisão na qual o clube vem sobrando ao conquistar o bicampeonato consecutivo do Sub-20.
Aruc
Pela primeira vez em mais de duas décadas, o Time do Samba volta a desfilar no primeiro escalão do futebol candango. A última aparição da Aruc na elite foi em 2003, quando terminou rebaixada na vice-lanterna. O retorno precisava ser em grande estilo. E ele veio, de forma invicta: cinco vitórias e dois empates e o acesso garantido com uma rodada de antecedência. Após menos de uma semana do término da Segundinha, incertezas rondam o entorno do alviceleste. A primeira fica pela permanência ou não de Luis dos Reis como técnico. O elenco é mais uma incógnita, visto que boa parte dos protagonistas do acesso foram cedidos por meio de parceria com o Brasiliense.
Brasília
Depois de anos no ostracismo, o terceiro maior campeão do DF está de volta à elite. O acesso veio sem grandes emoções, com a segunda colocação na Segundinha. De qualquer forma, o objetivo foi cumprido e a semente para a reconstrução foi plantada no Brasília. A permanência do técnico português Manuel Rodrigues ainda é avaliada pela diretoria, com a tendência de o lusitano seguir à frente do Colorado. No entanto, o elenco que recolocou o clube na elite deve sofrer forte enxugamento. A maioria dos atletas veio por empréstimo. Nos bastidores, a engrenagem administrativa segue com Ricardo Oliveira na vice-presidência de futebol, ao lado de Philyppe Réquia e Flávio Simão.
*Estagiário sob a supervisão de Danilo Queiroz

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