O goleiro Alisson se recupera de uma lesão na coxa e deve retornar à Seleção Brasileira na Data Fifa de março para os possíveis amistosos contra França e Croácia, os últimos antes da convocação para Copa do Mundo no Canadá, no México e nos Estados Unidos. Se tudo correr como previsto, será o terceiro goleiro a jogar três Mundiais pelo Brasil, igualando-se a Gilmar (1958, 1962 e 1966) e Taffarel (1990, 1994 e 1998). Enquanto isso, o técnico Carlo Ancelotti testa outros candidatos a dono das traves do Brasil. Na vitória por 5 x 0 sobre a Coreia do Sul, Bento não teve problemas. Diferentemente de Hugo Souza, contestado na derrota de virada por 3 x 2 contra o Japão. Titular do país em 15 dos 31 jogos no ciclo rumo ao hexa, Ederson corre por fora com o italiano. Talvez, por ter o que dono da prancheta não valorize muito: a facilidade para jogar com os pés.
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Antes dos testes na Ásia, Ancelotti deixou clara a preferência por um goleiro à moda antiga. "Assistindo a muitos jogos, vejo goleiros que dão assistências... dão assistência, às vezes, para o time rival (risos). É melhor que defenda bem com as mãos", justificou, com bom humor. Ederson tem o que o futebol dos dias de hoje pede, a capacidade para iniciar as jogadas e transformar os lançamentos em problemas para os adversários. Pode não encantar Ancelotti, mas foi útil a Pep Guardiola por oito temporadas no Manchester City. O paulista de Osasco deixou o clube inglês rumo ao Fenerbahçe em setembro com seis assistências na conta.
Ederson vive uma temporada atribulada, com mudança de ares e lesões. Inclusive, vive a primeira convocação desde a chegada do treinador italiano. Sinal que, embora seja moderno demais, pode assegurar uma vaga para 2026. Contra Senegal, no sábado, pode ser titular. O último jogo pela Seleção foi há quase um ano, no empate por 1 x 1 contra o Uruguai em Salvador, pelas Eliminatórias. Aos 32 anos, o atleta de 1,88m de altura tem um trunfo para seguir no grupo: decisões por pênaltis. Na Copa de 2014, o mundo testemunhou o treinador Louis van Gaal substituir Jasper Cillessen por Tim Krul, durante o segundo tempo da prorrogação, visando a disputa por pênaltis. Resultado: o reserva pegou duas cobranças e classificou a Laranja à semifinal contra a Argentina.
"Tem várias formas de pensar sobre isso, pode ser positivo, como pode não fazer diferença. Pode não dar certo e fica o questionamento: por que trocou? É muito relativa essa questão, meio complicada de responder, mas com certeza isso ficaria a critério do treinador e do preparador de goleiros", analisou na entrevista coletiva. Ederson conhece o Senegal. Ele foi o titular na derrota por 4 x 2 no início do ciclo para 2026. Para Ederson, há uma enorme diferença entre o tropeço em 20 de junho de 2023 e o amistoso de sábado. O Brasil estava delegado ao interino Ramon Menezes e, agora, é comandado pelo treinador mais vitorioso da Liga dos Campeões.
"Não tirando o mérito do treinador anterior, mas com Ancelotti é outra forma de ver, outra forma de enxergar o treinador. Você ver um treinador tão vitorioso comandando a equipe agrega muito para os jogadores, traz mentalidade vencedora para dentro de nós. Temos que estar juntos como grupo. Durante esses dois dias, vi a forma que eles treinam, treinam no mais alto nível possível", destacou.
Pensando em 2026, Alison foi o número 1 do Brasil em 12 partidas, seguido de Bento, com duas exibições. Hugo Souza, Weverton e Rafael acumulam uma partida cada.
