
Duas das maiores torcidas do país foram impedidas de festejar devido à influência da arbitragem. Embora os gols de Rayan e Memphis Depay tivessem sido bem anulados por posição ilegal pelo árbitro gaúcho Rafael Rodrigo Klein e o VAR, Corinthians e Vasco da Gama deixaram o campo da Neo Química Arena, nesta quarta-feira (17/12), um pouco frustrados devido ao empate por 0 x 0 no jogo de ida da final da Copa do Brasil.
Esperava-se um duelo mais enérgico, principalmente do Corinthians, diante de 46 mil torcedores. Quatro das jogadas mais perigosas não valeram devido aos impedimentos, três dos paulistas e uma dos cariocas. Assim como na final da primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa, a decisão será no Maracanã, no domingo (21/12), às 18h.
Empate sem gols em jogos de ida de final de Copa do Brasil são pontos fora da curva. De 2000 a 2024, o resultado apareceu duas vezes. O último envolveu o Corinthians, que segurou o Flamengo no primeiro capítulo da decisão de 2022. O desfecho não foi feliz para os alvinegros, com derrota nos pênaltis no Maracanã.
Há outra curiosidade a respeito dos primeiros jogos de finais no torneio entre paulistas e cariocas. Jamais times do Rio venceram os times do estado vizinho na abertura dos confrontos valendo taça. Em 2004, o Santo André celebrou o 2 x 2 contra o Flamengo. Na temporada seguinte, o Paulista de Jundiaí aplicou 2 x 0 no Fluminense. Em 2023, o São Paulo foi ousado a vencer por 1 x 0 no Maracanã e levar a vantagem contra o rubro-negro para o Morumbi.
O empate é favorável ao Vasco. A estratégia alvinegra era abrir vantagem para tentar jogar mais leve em meio à pressão que a torcida cruzmaltina fará no Maracanã. Vitória por qualquer placar garante o título a uma das equipes. Novo empate força a decisão por pênaltis.
A igualdade não persistiu por falta de iniciativas. O Vasco foi superior no primeiro e contrariou as expectativas de um Corinthians intenso no ataque e sufocante na marcação. Uma das explicações estava no meio de campo alvinegro mudado em relação ao que começou contra o Cruzeiro. Dorival Júnior abriu mão do dinâmico André Carillo pelo lado direito e promoveu a entrada de Raniele para fazer par na contenção ao lado do venezuelano José Martínez. A posse de bola de 52% nos primeiros 48 minutos de jogo eram enganosas. A pelota tinha dificuldade para girar nos pés dos donos da casa.
Erros na saída minaram as tramas do talentoso trio formado por Memphis Depay, Rodrigo Garro e Yuri Alberto. Muito culpa de Fernando Diniz. O dono da prancheta cruzmaltina montou um 4-2-3-1 com marcação bem encaixada, apostando na velocidade dos pontas Andrés Gómez e Nuno Moreira em velocidade para abastecer Rayan. A jogada funcionou aos 18 minutos, quando Rayan foi acionado em projeção, invadiu a área e venceu Hugo Souza. O artilheiro da Copa do Brasil, porém, foi flagrado em impedimento e teve frustrado o sexto gol no torneio.
Memphis Depay tentou descontar, aos 25. A marcação alta corintiana possibilitou os lançamentos teleguiados para Rayan e Andrés Gómez incomodarem a retaguarda adversária. Após desvio de Yuri Alberto na área, a bola sobrou para o holandês, na banheira, estufar as redes. O marcador em Itaquera persistiu em ficar zerado.
Embora ciente da lacuna no meio de campo, Dorival Júnior persistiu no jogo com dois volantes. A insistência não deu frutos, mas Yuri Alberto passou perto. Bidu escapou pela esquerda e cruzou para o camisa 19, mesmo desequilibrado, finalizar nas mãos de Léo Jardim. O lance foi uma resposta à jogada de Andrés Gómez no primeiro giro do cronômetro na etapa final. O colombiano avançou pela direita e chutou muito alto. Aos sete minutos, Dorival mexeu duplamente no meio.
O peruano Carillo entrou no lugar de José Martínez, enquanto Maycon substituiu Breno Bidon. O 4-3-1-2 alvinegro desmanchou para o 4-4-2, alargando a linha de marcação sem a bola e liberando Carillo para auxiliar Rodrigo Garro na armação.
Com 12 minutos no relógio, a pressão era toda vascaína. A imposição ofensiva era tão grande que, com o adiantamento das linhas, o cruzmaltino chegou a ter oito homens na defesa corintiana. A bola longa era tentativa de desafogo alvinegro para um Yuri Alberto isolado entre Robert Renan e Carlos Cuesta.
Assim como na primeira etapa, o Vasco foi o primeiro a se aproximar de tirar o zero do placar. Aos 22, após cobrança de escanteio, Rayan venceu a marcação pelo alto e testou firme. Caprichosa, a bola bateu na trave.
Dorival Júnior queimou todos os cartuchos de substituição ao tirar Memphis Depay e promover a entrada do garoto Dieguinho, meia-atacante de 18 anos. O astro holandês não gostou nada da escolha do chefe e deixou o gramado nitidamente insatisfeito. O camisa 10 poderia argumentar que Yuri Alberto poderia ser o escolhido devido ao desempenho tímido.

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