Educação

Escolas especiais e CILs voltam às aulas presenciais nesta segunda-feira

Escolas de Natureza Especial e Centro de Línguas Estrangeiras (CILs) reabriram nesta segunda-feira (30/8). Conforme o calendário da Secretaria de Educação, todas as modalidades já retornaram

Rafaela Martins
postado em 30/08/2021 16:32 / atualizado em 30/08/2021 19:49
Retorno presencial do último grupo para escolas da rede pública -  (crédito: Ed Alves/CB/DA Prees)
Retorno presencial do último grupo para escolas da rede pública - (crédito: Ed Alves/CB/DA Prees)

Mais de 500 dias de incerteza e insegurança rodearam a educação pública do Distrito Federal. Devido à pandemia da covid-19, todas as turmas do ensino público voltaram à sala de aula, nesta segunda-feira (30/8). Como planejado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), escolas de Natureza Especial, Centros Interescolares de Línguas, Centros de Ensino Especial e demais atendimentos retomaram no mês de agosto, de forma escalonada.

O Correio visitou o Centro de Ensino Especial (CEE) n° 2, em Ceilândia, para acompanhar o clima do primeiro dia. Em ritmo alegre, funcionários e alunos cantaram músicas antes de entrar na sala de aula. O centro oferece do ensino básico ao ensino médio. Estudantes e familiares foram recebidos no portão de entrada, onde tiveram a temperatura aferida e passaram pelo processo de higienização das mãos e do material pessoal.

Emocionado e com os olhos cheios de lágrimas, o vice-diretor Itamar Assenço estava com uma expectativa enorme para receber os alunos. “A gente viu o ensino regular voltando, e estávamos aguardando nossa vez.Trabalhamos vários dias para recebê-los da melhor forma e com segurança. A escola está arrumada, reformada, e cada um deu o seu melhor para chegar nesse momento aqui”, destacou.

De acordo com a SEEDF, cerca de 50 mil estudantes voltaram ao presencial nesta segunda, para completar o cronograma previsto. A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, passeou pelo colégio e participou da atividade educativa inicial. Para ela, é uma alegria muito grande perceber que a rede pública está voltando à normalidade, com toda segurança necessária. “Se os estudantes estavam ansiosos, imagina para os alunos especiais, a gente fica muito emocionado de ver isso. A Universidade de Brasília (UnB) doou máscaras para o ensino, a escola foi reformada e está cumprindo todas as medidas de segurança”, ressaltou a secretária.

Para Maria da Cruz, mãe da aluna Maria Clara, portadora do Transtorno do Espectro Autista (TEA), ver a filha na escola novamente é um alívio. “Ela não aguentava mais ficar em casa, já estava ansiosa e não conseguia aprender direito. Semana passada, eu estava saindo com ela todo dia, pegando ônibus, e isso já estava animando ela. Minha expectativa é de que tudo fique bem, que minha filha desenvolva o aprendizado e que a gente possa vencer tudo isso junto”, completou.

Pandemia

Desde o retorno das atividades presenciais nas escolas do Distrito Federal, em 5 de agosto, pelo menos 89 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus. Entre os casos, 23 são de professores regentes, 17 de estudantes, dois de merendeiras, dois vigilantes, um secretário escolar e sete faxineiras. Os dados são da Secretaria de Educação .

Apesar do número de casos, a responsável pela pasta, Hélvia Paranaguá, avalia o cenário como dentro do esperado. “A SEEDF fez toda uma programação, e as escolas estão notificando todos os casos suspeitos, e afastando aqueles que testam positivo. O número está bem razoável, considerando que temos mais de 470 mil estudantes da rede pública”, disse.

A pedagoga Catarina de Almeida explicou de que forma essa retomada pode ser realizada, priorizando a saúde mental e física dos estudantes. “Um sujeito para aprender, ele precisa estar em condições de aprendizagem. A escola precisa oferecer isso para que ele possa se desenvolver. É preciso acompanhar e avaliar o que eles aprenderam e o que não aprenderam. Como estão as condições físicas e psicológicas desses alunos? Cada um chegará em um ritmo diferente. Desenvolver atividades, precisa muito de um trabalho intersetorial entre saúde, educação e proteção”, ressaltou a profissional.

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