Ideb 2021

Pandemia distorce índices que medem a qualidade da educação brasileira, diz MEC

Índice que mede a qualidade da educação brasileira, Ideb 2021 varia pouco em relação a 2019, mas ministro da Educação, Victor Godoy, diz que dados mostram visão distorcida sobre a realidade da educação no país

Rafaela Gonçalves
postado em 16/09/2022 13:00
 (crédito: Ed Alves / CB / DA.Press)
(crédito: Ed Alves / CB / DA.Press)

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram, nesta sexta-feira (16/9), os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021. Os indicadores, importantes para medir a qualidade da educação brasileira, foram comprometidos pelos prejuízos da pandemia.

Em entrevista coletiva, o ministro da Educação, Victor Godoy, afirmou que esses dados não devem ser julgados, pois podem apresentar uma visão distorcida sobre a realidade da educação no país. “Tivemos perdas decorrentes do longo período de escolas fechadas e dificuldades históricas enfrentadas no sistema de ensino em razão da pandemia”, disse.

O Ideb, principal indicador criado pelo governo federal que mede a qualidade do ensino nas escolas públicas, ficou em 5,8 em 2021. A média é 0,1 ponto menor que em 2019, última vez em que o índice foi divulgado, antes da pandemia.

O índice relaciona as taxas de aprovação escolar, obtidas no Censo Escolar, com as médias de desempenho em língua portuguesa e matemática dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A política de aprovação automática, adotada durante o período da pandemia, pode ter influenciado também o indicador. Desta forma, apresentam melhores resultados no Ideb os sistemas que alcançam, de forma concomitante, maior taxa de aprovação e proficiência nas avaliações.

Ensino remoto

A pesquisa do Saeb mostrou que 92% das escolas de educação básica, público-alvo do Saeb, adotaram estratégias de ensino remoto ou híbrido e 14,45% ajustaram a data de término do ano letivo. Além disso, nesse universo da educação básica, 72,3% das escolas recorreram à reorganização curricular para priorizar habilidades e conteúdos.

Entre as escolas avaliadas, 8,9% ajustaram a data do término do ano letivo. Em 2020, primeiro ano de pandemia, este índice havia sido de 43,1%. Já o “continuum curricular”, complementação curricular no ano seguinte, foi adotado por 17,2% das escolas.

 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação