Educadores de todo o país fizeram, ontem, a primeira edição da Prova Nacional Docente (PND). O exame, chamado de "Enem dos Professores", é voltado à seleção e avaliação de profissionais da educação e reuniu candidatos de diferentes perfis com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino.
Com a avaliação, as redes públicas de ensino poderão optar por usar as notas dos participantes da PND como mecanismo único ou complementar de seleção de docentes para seus quadros a partir de 2026. Ao todo, 1.086.914 se inscreveram para a prova deste ano. Completando 30 anos de profissão, a professora Selma Cabral, 59 anos, participou do exame com entusiasmo e confiança.
"Eu me preparei ao longo da vida, ao longo da carreira. É um grande projeto, um grande concurso, e eu acho que a educação tem muito a ganhar", afirmou. Ela leciona língua portuguesa e vê na prova uma oportunidade de reconhecimento e de recomeço. "Se eu tiver a oportunidade de ir para comunidades com defasagem na educação, estou pronta para recomeçar, mesmo aposentada. É um privilégio poder participar de uma avaliação tão importante", destacou.
A aplicação do exame visa avaliar o nível de conhecimento e a formação dos futuros professores das licenciaturas e auxiliar estados e municípios a selecionarem professores para as suas redes. A prova é organizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC).
A prova foi composta de 72 questões de múltipla escolha, distribuídas por 12 de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa; 12 de matemática; sete de história; sete de geografia; três de filosofia; três de sociologia; sete de física; sete de química; sete de biologia; e sete de inglês. Também houve uma questão discursiva abordando o idadismo como desafio social e educacional. Os participantes também responderam a perguntas de formação geral docente e do componente específico.
A professora Maria Mercedes, 26, também compartilhou o sentimento de orgulho em realizar a avaliação. Formada em letras pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduanda, ela afirmou ter se preparado com simulados e estudos complementares. "As expectativas estão altas. É a primeira vez que faço o PND, e espero que convoquem muitos professores, porque há falta de docentes em vários estados", destacou.
Para Claudemir Francisco de Oliveira, 40, a prova representa o fechamento de um ciclo e o início de outro. Estudante de pedagogia há cinco anos, ele destacou a relevância do exame para avaliar a formação de professores em todo o país. "Essa prova é praticamente baseada em tudo que estudamos durante o curso. As minhas expectativas são as melhores, estou confiante. É um processo importante para medir o nível da educação no Brasil", disse.
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