Ensino Básico Particular

21% dos pais pretendem trocar o filho de escola, revela pesquisa

Impacto financeiro é fator determinante, de acordo com o levantamento nacional do Instituto Escolas Exponenciais realizado com mais de 500 instituições particulares

Malu Sousa*
postado em 01/11/2021 20:12 / atualizado em 01/11/2021 22:48
 (crédito: Victor Hugo/SESI. Escolha a escola do seu filho.  Branded do colégio SESI)
(crédito: Victor Hugo/SESI. Escolha a escola do seu filho. Branded do colégio SESI)

Segundo a pesquisa nacional do Instituto Escolas Exponenciais, 21% dos pais ouvidos têm a intenção de trocar filhos de escola para o próximo ano letivo. O estudo foi realizado entre agosto e setembro deste ano com mais de 500 escolas privadas em mais de 200 cidades de 25 estados do Brasil. Os resultados mostram que uma a cada 10 famílias cita dificuldades financeiras como a principal motivação. Cerca de 41% desses pais pretendem buscar escolas com mensalidades mais baratas e 40% têm a intenção de negociar o valor da mensalidade na escola atual.

Além da questão financeira, outros fatores também são citados como relevantes para a decisão na busca por uma nova instituição de ensino, como distância, relacionamento com os profissionais que atuam com as crianças e tratamento impessoal ou falta de atenção com os filhos. As instituições de ensino confirmaram que problemas financeiros dos pais geraram a maior parte da perda de alunos ao longo do último ano representando 56%. Mesmo que a perda tenha sido relativamente baixa, 39% das escolas relataram redução de matrículas. A inadimplência foi considerada um problema significativo por 40% das instituições de ensino.

Apesar dos resultados, a inadimplência das famílias nas escolas foi reduzida de 22% em 2020 para 10% em 2021, revelando uma melhora essencial para a continuidade das atividades de muitas escolas que passaram por dificuldades desde o início da pandemia.

Retorno presencial

A taxa média atual de ocupação nas salas de aula é de 63%, mostrando uma adesão da maioria dos alunos ao retorno das atividades presenciais. Para o próximo ano, 94% dos pais querem que os filhos retornem às aulas presenciais. Os outros 6% afirmam que optariam por manter os filhos em casa se o ensino híbrido ainda for mantido. Para as instituições de ensino, a continuidade do ensino híbrido para o próximo ano divide opiniões. O estudo mostra que 53% dos diretores escolares veem a possibilidade como uma oportunidade, enquanto 47% a consideram um desafio.

Independentemente do modelo de ensino que será adotado no próximo ano letivo, a fidelização de famílias e alunos no ano de 2021 impactou as matrículas e rematrículas para 2022. O dado reforça o reconhecimento do trabalho desempenhado pelas instituições no último ano, cuja pontuação de Net Promoter Score (NPS) saltou de 59 pontos em 2020 para 74 em 2021. As razões que mais aparecem na decisão dos pais em manter o filho na escola atual é o cuidado, atenção pessoal com o aluno e relacionamento próximo entre a comunidade escolar (47%) e a qualidade na formação acadêmica dos alunos e da equipe pedagógica (46%).

O CEO do Instituto Escolas Exponenciais e Coordenador da pesquisa, Vahid Sherafat, explica que os dados visam entender a forma com que a educação está se adaptando às necessidades atuais da sociedade. “Acredito que as percepções descobertas nessa pesquisa vêm num momento em que todas as atenções estão voltadas para a área da educação. O estudo nos dá informações atuais e precisas para dar base à novas iniciativas, projetos e investimentos. Sem dúvida, a área da educação foi profundamente afetada nos últimos meses e é essencial entendermos onde estamos e para onde devemos seguir a partir de agora”, completa.

Sobre a Escolas Exponenciais

Trata-se de uma instituição independente criada no final de 2018, com o intuito de ajudar o mercado das escolas de ensino privado no Brasil. Por meio de estudos, análises, insights e eventos, visa atender escolas que buscam adentrar na nova economia exponencial de crescimento e inovação. As ações realizadas pela instituição fomentam a criação de uma comunidade que conecta gestores escolares de todo o Brasil, sendo um instituto homologado pelo CNPq.

*Sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo

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