Violência

Secretarias de Segurança e de Educação substituem PMs que atuavam no CED 1

Órgãos do GDF assumiram o compromisso de monitorar a melhoria pedagógica das escolas com gestão compartilhada

Jáder Rezende Ana Luisa Araujo
postado em 31/05/2022 20:06 / atualizado em 01/06/2022 15:21
As imagens estão em vídeo divulgado nas redes sociais -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
As imagens estão em vídeo divulgado nas redes sociais - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

Acatando recomendação da Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc),as Secretarias de Educação e de Segurança Pública decidiram afastar os dois policiais que atuavam no Centro Educacional 1 da Estrutural (CED 1), de gestão cívico-militar, que protagonizaram recentemente agressões a estudantes daquela unidade de ensino. Na tarde de segunda-feira (30), novos episódios de violência praticados por PMs foram registrados na mesma escola. Um aluno foi jogado ao chão e algemado e vários outros foram atingidos por spray de pimenta. A Proeduc requisitará informações sobre a conduta dos PMs envolvidos também neste caso.

A chefe do Centro de Políticas de Segurança Pública, major Isabela Cristina de Souza Almeida, informou, por meio de vídeo, que os policiais afastados, cujos nomes não foram confirmados, foram transferidos para outros locais de trabalho. Segundo ela as funções serão ocupadas por “outros policiais com experiência que já atuaram em outras escolas, oriundos de programas preventivos da Pm, como Proerd (programa de resistência às drogas e à violência) e sabem dos protocolos”.

As imagens das agressões recentes foram divulgadas em redes sociais nesta terça-feira (31). A ação da PM teria ocorrido durante discussão entre alunos. Por meio de nota, a Polícia Militar do DF informou que “por volta das 18h, no CED 1 da Estrutural, diversos alunos e pessoas estranhas à escola entraram em vias de fato de forma violenta”.

Registrou ainda que “um dos policiais foi informado por alguns alunos de que havia pessoas portando facas no local e que foi dada ordem verbal para cessarem a briga, porém sem sucesso”.

A nota registra ainda que “para a situação não evoluir para algo pior, foi utilizado o spray de pimenta como medida proporcional, moderada e seletiva a fim de cessar as recíprocas agressões” e que, “após a chegada dos responsáveis pelos alunos envolvidos, todos foram conduzidos à Delegacia da Criança e do Adolescente”. A PM ressaltou ainda que “apenas neste ano cerca de oito facas já foram localizadas neste centro de ensino”.

Sobre os indicativos de desempenho do modelo de gestão compartilhada, a Secretaria de Educação afirmou que, devido ao impacto da pandemia de covid-19 nas atividades escolares, não existem dados de avaliação do projeto. A Proeduc, portanto, requisitou esclarecimentos complementares.

Violência

No vídeo que o Correio teve acesso, o policial e o aluno do caso aparecem discutindo dentro de uma sala, quando o policial manda o estudante "abaixar a bola" e, segundos depois, ao novamente discutir com o jovem e se sentir ameaçado, o oficial afirma que vai arrebentar o estudante, de 14 anos. O sargento teve que ser separado por um outro policial militar.

Em menos de um mês, os alunos do Centro Educacional 1 (CED), localizado na Estrutural, alegaram ter sofrido violência novamente dos policiais militares que comandam a escola. Em vídeos divulgados por meio de redes sociais, um aluno menor de idade foi algemado e prensado com força no chão.


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