ESCOLHA A ESCOLA DO SEU FILHO

Ensino de atualidades pode ser decisivo na aprovação em vestibulares

Estar bem informado sobre questões atuais pode ser decisivo para a aprovação em provas de acesso ao ensino superior, e ajuda também a desenvolver senso crítico

Naum Giló
postado em 29/10/2022 06:01
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Em um mundo hiperconectado, não é tão difícil ficar sabendo o que ocorre no outro lado do planeta. O grande desafio é sistematizar todo esse conhecimento e desenvolver o senso crítico a respeito dos fatos mais relevantes no cenário global. Além de serem assuntos frequentemente cobrados em provas de acesso ao ensino superior, estar antenado também é fundamental para alcançar um desenvolvimento integral.

Ester Sotero Ferrer, 17 anos, acredita que o estudo de atualidades é mais do que aprender o conteúdo cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou em outras provas. "Com estudo focado nas atualidades, a gente desenvolve a nossa sensibilidade, aprende sobre realidades que estão fora do nosso dia a dia e desenvolve o nosso senso crítico", aponta a estudante do 3º ano do ensino médio do Leonardo Da Vinci.

Ela lembra ainda que as questões objetivas do Enem cobram o conhecimento sobre o que está acontecendo fora dos nossos muros, mas, na redação, é preciso ir além. "Quanto maior o repertório social e político, mais você tem capacidade de argumentar, que é o que os grandes exames cobram. Eles não querem candidatos objetivos. Querem saber que tipo de cidadão você quer se tornar, o que sabe o seu lugar no mundo", conta Ester, que busca por uma vaga em medicina na Universidade de Brasília (UnB) ou na Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs).

O pai da estudante, Hermes Sotero Gomes, 49, destaca o trabalho desenvolvido pelo colégio na área. "Colher material de atualidades, ainda que seja pela internet, é muito laborioso. Quando o professor faz isso, ele já faz de maneira comparativa e contextualizada O aluno precisa ter essa orientação", define o contador.

Mudanças constantes

A coordenadora pedagógica da equipe de geografia do colégio, Anna Paula Pazetti Praxedes, explica que alguns assuntos já previstos como algo que deve repercutir nos cenários nacional e global são pré-incluídos na programação, como é o caso das tensões entre China e Taiwan, abordadas no início do ano. Os alunos do ensino médio do colégio têm, normalmente, uma aula de atualidades por semana.

"Os outros casos são acontecimentos importantes que não foram previstos, como a Guerra da Ucrânia. Os professores, então, preparam um bom material para auxiliar os alunos para aquele assunto que está emergindo", detalha. "E sempre são temas que provavelmente vão cair nos vestibulares, sobretudo no Programa de Avaliação Seriada (PAS) da UnB, que é a nossa realidade aqui de Brasília."

Começo

A professora da Faculdade de Educação da UnB Stella Maris Bortoni frisa que, no ensino de atualidades, é importante começar de onde o aluno está geograficamente, mas sem deixar de lado o que ocorre fora das fronteiras nacionais.

O professor desempenha um papel importante nesse sentido, reforça a especialista, porque é ele quem vai estimular o debate e o senso crítico dos estudantes, que devem desenvolver a habilidade de distinguir o que é fato do que é opinião. "É preciso que os jovens estejam aptos a interagir com a realidade, sem ficar apenas no raso dos fatos", assinala a docente.

Bortoni também chama a atenção para o fato de que a informação chega de diversas formas ao estudante, seja pela internet, seja pela televisão, ou até mesmo em conversas com amigos e familiares. O professor tem a missão de levar informações selecionadas para a sala de aula e orientar os discentes nessa leitura de mundo.

De olho nas provas

O professor de atualidades do Leonardo Da Vinci Sérgio Agner dá algumas dicas do que pode cair em algumas das provas mais importantes. No caso do Enem, as questões devem tratar de temas de três a cinco anos atrás.

Ele enumerou alguns dos assuntos que têm grandes chances de serem cobrados no exame. Confira:

  • Brexit
  • Ucrânia x Rússia (sob o ponto de vista da disputa pela Crimeia)
  • Crescimento da xenofobia e as repercussões
  • Aumento da influência da China e impactos no mundo
  • Conflitos no Oriente Médio (particularmente Síria e o terrorismo

Já o PAS e o vestibular tradicional da UnB devem abordar assuntos mais recentes. Veja alguns exemplos:

  • Guerra da Ucrânia: causas e efeitos na economia mundial
  • Aumento das tensões entre China e Taiwan
  • Eleição de Biden e a participação dos EUA nos acordos ambientais
  • Onda de extrema direita no mundo e os efeitos
  • Crise na Venezuela
  • As tensões no Irã, com manifestações contrárias à ação da Polícia de Costumes

 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação