
A Universidade de Brasília (UnB) teve dois cursos entre os 10 mais bem avaliados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade): engenharia civil e engenharia mecânica. A confirmação está nos Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2023, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Pelo resultado da avaliação — que mede o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos programáticos —, a UnB obteve notas 4 ou 5 em todos os 21 cursos avaliados. No caso da medicina, atingiu o topo pelo conceito Enade (calculado com base nas notas dos estudantes na prova), ao lado da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), mantida pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
Na edição anterior do exame, em 2022, todos os cursos da UnB tinham, também, alcançado desempenho entre 4 e 5. "É um orgulho para a instituição. O desempenho revela a excelência das nossas atividades de ensino, pesquisa, extensão. A gente cumprimenta toda a comunidade acadêmica pelos resultados", exultou a reitora Rozana Naves.
Quatro em 10
Porém, no cômputo geral dos cursos de medicina, o resultado pode ser considerado modesto. Isso porque somente quatro em cada 10 alcançaram as notas mais altas pretendidas pelo Ministério da Educação (MEC). Entre as 309 graduações avaliadas, somente 40,4% obtiveram médias 4 e 5, consideradas ideais para o principal curso da área de saúde.
Para se chegar a tais resultados, o levantamento inclui dados do Conceito Preliminar de Curso (CPC), do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), do Índice Geral de Cursos (IGC) — que avalia as instituições —, e do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). A pesquisa reuniu dados para aferir a formação médica no país, por conta da crescente demanda por profissionais qualificados.
O curso de medicina foi um dos que mais se expandiu nos últimos anos. Por trás desse cenário, estão o programa Mais Médicos — que incentivou a abertura de graduações em cidades remotas — e o grande retorno financeiro para as instituições de ensino. Associações de classe e entidades ligadas ao ensino superior privado têm se mobilizado, no Congresso e no Judiciário, em defesa de diferentes critérios para liberar mais escolas da área.
A medicina obteve a média nacional de 65 pontos — liderou o desempenho no Enade 2023. Os indicadores do fluxo do ensino superior indicam que 77% dos estudantes que ingressaram na graduação, em 2017, concluíram o curso até 2023.
"É uma média razoavelmente alta para considerar como nacional. São mais de 31 mil estudantes só dos cursos de medicina", avaliou Ulisses Teixeira, diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep.
28 áreas
A edição 2023 avaliou 28 áreas — entre bacharelados em saúde, engenharias, arquitetura e urbanismo, e seis cursos superiores de tecnologia. Ao todo, foram quase 10 mil cursos e mais de 400 mil estudantes concluintes, vinculados a 1.347 instituições — 85% privadas. A operação envolveu aplicação em 1.203 municípios e mais de 9 mil salas de prova, segundo o Inep.
Entre as instituições públicas com melhores desempenhos estão, além da UnB, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal de Roraima (Unir), a Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), a Universidade Federal do Acre (UFAC), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Na lista das privadas, foram incluídos o Insper, a FGV-SP, a PUC-Rio, a Unichristus Ceará, a Faculdade Cesgranrio, a Unibalsas (Maranhão), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), a Faculdade César (no Recife), a Faculdade Murialdo (Famur), em Caxias do Sul (RS), e a Faculdade Dom Bosco, no Paraná.
Pelo levantamento do Inep, 55% dos estudantes são mulheres e 44% conciliam trabalho e estudos. O novo ciclo avaliativo do Enade abrangerá 34 áreas: 17 licenciaturas (as mesmas de 2024), nove bacharelados e oito cursos superiores de tecnologia. (Com Agência Estado e Julia Giusti*)
*Estagiários sob a supervisão de Fabio GrecchiSaiba Mais
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