Assembleia de servidores técnicos da UnB decide por manter a greve

A categoria está em paralisação há cinco meses, desde 20 de março deste ano

Artur Maldaner*
postado em 15/08/2025 19:01
"O que você faria se perdesse 1/4 do seu salário?", ilustra os cartazes dos servidores técnico-administrativos - (crédito: Reprodução)

A greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB), que completa cinco meses em 20 de agosto, não tem previsão de fim. Em assembleia realizada nesta terça-feira (13), a categoria decidiu por manter a paralisação e organizar mobilização na volta às aulas da UnB, prevista para esta segunda-feira (18). Com a greve, os técnicos buscam defender a continuidade do pagamento da Unidade de Referência de Preços (URP), parcela de 26,05% que compõe o salário dos funcionários da universidade, que está sob risco de absorção pelo Governo Federal.

Em busca de negociação, os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), participaram de reunião com a Advocacia Geral da União (AGU) e a deputada federal Érika Kokay. Na reunião, a AGU e os órgãos do governo afirmaram entendimento da decisão do ministro Gilmar Mendes, para a absorção da URP nos próximos salários da categoria.

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O sindicato defende a criação de uma mesa de negociação com a AGU, que admite a possibilidade de discutir alternativas à absorção da URP. No momento, a Sintfub espera o trâmite para negociação no Núcleo de Solução Consensual de Conflitos (NUSOL), que deve ser encaminhado nos próximos dias para o governo federal, que será representado pela AGU na decisão sobre a adesão à discussão das organizações

A Unidade de Referência de Preços (URP) é uma parcela garantida há mais de 30 anos, reivindicada na greve dos servidores técnicos de 2024. O risco de absorção da parcela pelo governo federal é visto pela categoria com alarme, que protesta às autoridades nacionais com o questionamento: “O que você faria se perdesse 1/4 do seu salário?”.

A UnB volta às aulas em greve, o sindicato define para segunda-feira (18), às 8h, a manifestação para estabelecimento da greve. “Destacamos que a greve se estende, pois a situação é grave, para os técnicos e para a universidade. Sem a URP o quadro funcional vai minguar, e a universidade enfrenta sérios problemas técnicos e administrativos”, defende o Sintfub em nota.

 

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