Em uma noite marcada por reconhecimento e celebração da inovação no serviço público brasileiro, o Prêmio Espírito Público (PEP) anunciou ontem os vencedores de sua sétima edição. Entre os sete projetos contemplados, Brasília se destacou com quatro iniciativas vencedoras, mostrando assim um reflexo do protagonismo da capital na formulação de políticas públicas que influenciam todo o país.
Promovido pela República.org, o PEP reúne anualmente servidores e equipes que comandam iniciativas transformadoras em diversas áreas da administração pública. Em 2025, a premiação recebeu 858 inscrições de todas as regiões do Brasil e contou com 33 avaliadores, 21 jurados e uma votação popular que somam 43 mil votos. Cada projeto premiado recebeu R$ 10 mil.
Na abertura do evento, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, reforçou o papel do Prêmio Espírito Público na construção de um Estado mais qualificado, diverso e comprometido com a população. "Fortalecer o espírito público significa reconhecer quem dedica sua carreira ao benefício coletivo", afirmou. Para ela, a inovação no serviço público não nasce apenas da tecnologia, mas de "boas ideias de quem está no dia a dia da administração pública".
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Das sete categorias avaliadas, quatro foram vencidas por projetos desenvolvidos no Distrito Federal ou órgãos federais sediados na capital. Um dos projetos que ganhou foi o "Gestão de Pessoas — Concurso Público Nacional Unificado (DF)". A primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) — que centralizou concursos federais, mobilizou mais de 2 milhões de inscritos e realizou provas simultâneas em 228 cidades. A iniciativa foi reconhecida como uma revolução na modernização e democratização do acesso ao serviço público.
Esther Dweck afirmou também, no discurso de abertura, que o concurso "deixa de ser apenas uma etapa burocrática e passa a ser instrumento de inovação, inclusão e desenvolvimento". Ela destacou, ainda, as ações de equidade de gênero e cotas implementadas na segunda edição do processo seletivo, que garantiram maior diversidade entre os classificados.
Outro projeto vencedor foi o "Meio Ambiente e Emergência Climática — Viveiro do Senado (DF)". Transformado em Centro de Educação para a Sustentabilidade Ambiental Inclusiva, o Viveiro do Senado foi premiado por sua experiência de agrofloresta urbana com trilhas acessíveis, compostagem, banco de sementes e ações educativas em braile, Libras e audiodescrição. O projeto integra servidores, comunidade e visitantes em práticas sustentáveis de baixo impacto.
"Saúde — Qualificação do cuidado às pessoas em situação de violência sexual (DF)", foi outra iniciativa que venceu a premiação. O curso nacional de atualização para profissionais de saúde, iniciado em 2021, está capacitando servidores em todo o país para garantir atendimento humanizado e articulado às vítimas de violência sexual e casos de interrupção gestacional prevista em lei. O projeto fortalece redes de acolhimento e reduz impactos psicossociais nas vítimas.
A iniciativa brasiliense "Segurança Pública — Projeto Alvorada — II Ciclo (DF)", também foi outro vencedor do prêmio. A empreendimento, da Secretaria Nacional de Políticas Penais, foi premiada por promover inclusão social e produtiva de egressos do sistema prisional e seus familiares. Com cursos de 720 horas, o programa integra formação cidadã, digital e profissional, reposicionando a política de ressocialização no Brasil.
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Além dos projetos da capital, outras três iniciativas dos estados do Espírito Santo, de São Paulo e do Paraná foram foram reconhecidas.
O projeto "Desenvolvimento Social — Identifique-se (ES)", foi implantado pelo governo do Espírito Santo. Ele garante documentação civil a pessoas presas e egressas, reduz reincidência e fortalece o acesso a direitos básicos. Já a iniciativa "Educação — Currículo Azul (SP)", foi criada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) O programa leva a cultura oceânica às escolas, é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e já mobilizou milhares de estudantes por meio de materiais inclusivos e da Olimpíada do Oceano.
Outro projeto que também ganhou a premiação foi o “Gestão e Transformação Digital – Conectividade Rural do Paraná”. Com mapeamento detalhado de áreas sem internet e a instalação de mais de 500 torres sem uso direto de recursos públicos, ampliou a cobertura rural e beneficiou mais de 300 mil pessoas em menos de um ano.
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