Uma explosão de origem indeterminada afetou um petroleiro ao largo da cidade portuária de Jidá, na Arábia Saudita - anunciou a empresa proprietária do navio, nesta segunda-feira (14/12), no que parece ter sido um ataque.
Nos últimos meses, os rebeldes huthis do vizinho Iêmen intensificaram os ataques contra a Arábia Saudita, em retaliação à campanha militar que vem realizando no país em apoio ao governo iemenita.
O petroleiro "BW Rhine" foi "atingido por uma fonte externa, enquanto descarregava em Jidá", no oeste do reino, disse a empresa de navegação de Singapura Hafnia em um comunicado, sem dar detalhes.
"A tripulação controlou o incêndio com a ajuda dos bombeiros, e nenhum dos 22 marinheiros ficou ferido", acrescentou a mesma fonte.
As autoridades sauditas ainda não confirmaram a explosão, que ocorreu no domingo, frente a Jidá, um importante porto no Mar Vermelho e centro de distribuição para o gigante do petróleo saudita Aramco.
A Hafnia relatou "danos no casco" relacionados à explosão e não descartou a possibilidade de vazamento de petróleo.
"É possível que tenha saído petróleo do navio, mas isso ainda não foi confirmado", disse a empresa.
A Dryad Global, uma empresa de vigilância oceânica com sede em Londres, relatou a explosão de domingo e disse que ela atingiu um navio-tanque "no principal ponto de ancoragem" no porto da Aramco, em Jidá.
Vários ataques
Ataques contra instalações energéticas foram relatados recentemente, expondo a vulnerabilidade da infraestrutura de petróleo do reino.
No mês passado, os rebeldes huthis disseram ter atingido com um míssil uma fábrica operada pela Aramco em Jidá.
Principal exportadora desta commodity no mundo, a empresa pública saudita informou que o ataque perfurou um depósito de petróleo, causando uma explosão e um incêndio.
Alguns dias depois, uma explosão alcançou um petroleiro no porto saudita de Al Shuqaiq (sul), um ataque que Riade atribuiu aos huthis.
Nenhuma vítima foi declarada no petroleiro, que navega com a bandeira de Malta, de acordo com seu operador.
Desde 2015, a Arábia Saudita lidera uma coalizão militar para apoiar o governo iemenita em sua guerra contra os rebeldes, que têm o respaldo do Irã, principal rival do reino saudita.
Os huthis conquistaram a capital iemenita, Sanaa, em 2014 e controlam grande parte do território ao norte do país desde então. Riade acusa Teerã de fornecer armas sofisticadas aos huthis, mas o governo iraniano nega.
De acordo com organizações não governamentais, a guerra no Iêmen deixou dezenas de milhares de mortos, principalmente civis. O conflito degenerou na pior crise humanitária do mundo, de acordo com as Nações Unidas.
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