Julgamento

Ativista de direitos humanos é condenada a quase seis anos de prisão na Arábia Saudita

A militante está presa há mais de dois anos e foi condenada por "diversas atividades proibidas pela lei antiterrorista", em um tribunal criado em 2008 para julgar casos de terrorismo

Agência France-Presse
postado em 28/12/2020 09:22
A ativista saudita Loujain al-Hathloul em 6 de agosto de 2019. -  (crédito: FACEBOOK / AFP)
A ativista saudita Loujain al-Hathloul em 6 de agosto de 2019. - (crédito: FACEBOOK / AFP)

A ativista saudita de direitos humanos Loujain al Hathloul foi condenada a cinco anos e oito meses de prisão nesta segunda-feira (28/12) por um tribunal especializado em casos antiterroristas - informou a imprensa saudita.

Loujain al Hathloul foi declarada culpada de "diversas atividades proibidas pela lei antiterrorista", relatou o veículo on-line Sabq.

A militante se encontra em prisão provisória há mais de dois anos, período que foi levado em consideração na sentença pronunciada, informou a mídia saudita, citando a decisão do tribunal.

Em maio de 2018, Loujain al Hathloul foi detida, junto com outros ativistas, pouco antes de o reino suspender a proibição de dirigir para as sauditas, uma reforma pela qual essas mulheres militavam.

Segundo o ministro saudita das Relações Exteriores, Faysal bin Farhan al-Saud, Loujain al Hathloul, 31, é acusada de ter estado em contato com Estados "hostis" ao reino e de ter transmitido informações confidenciais.

Sua família afirma, porém, que o governo saudita não forneceu qualquer prova tangível para apoiar essas acusações.

Em 25 de novembro, a família da ativista anunciou que seu caso havia sido transferido por um juiz da corte penal de Riade para um tribunal encarregado de casos de terrorismo.

Este tribunal penal especializado foi criado em 2008 para julgar os casos de terrorismo. Desde então, contudo, tem servido para julgar presos políticos, conforme denúncia de organizações de defesa dos direitos humanos.

A Arábia Saudita é amplamente criticada no Ocidente por seu balanço nesta área.

Loujain al Hathloul havia iniciado uma greve de fome na prisão, em 26 de outubro, mas a interrompeu duas semanas depois, segundo sua família e a ONG Anistia Internacional.

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