CRISE NUCLEAR

Irã anuncia retomada de negociações sobre programa nuclear

Em entrevista ao Correio, Hossein Gharibi, embaixador do Irã no Brasil, comentou sobre as expectativas para as negociações

Rodrigo Craveiro
postado em 28/10/2021 06:00
Usina nuclear em Bushehr, no Irã; poder do país no setor já causou tensões com os EUA -  (crédito: ATTA KENARE / AFP)
Usina nuclear em Bushehr, no Irã; poder do país no setor já causou tensões com os EUA - (crédito: ATTA KENARE / AFP)

O Irã aceitou retomar, no próximo mês, as negociações com as potências mundiais sobre seu controverso programa nuclear. O anúncio foi feito por Ali Bagheri, vice-ministro das Relações Exteriores da República Islâmica, por meio do Twitter. “Concordamos em iniciar as negociações antes do fim de novembro. A data deverá ser divulgada na próxima semana”, escreveu Bagheri, também negociador-chefe de Teerã sobre a questão nuclear. Os Estados Unidos instaram o governo do presidente Ebrahim Raisi a demonstrar “boa-fé” nas negociações. “Esta janela não permanecerá aberta para sempre, enquanto o Irã continuar a tomar medidas nucleares provocativas. Portanto, esperamos que venham a Viena negociar rapidamente e de boa-fé”, declarou um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

Hossein Gharibi, embaixador do Irã no Brasil, afirmou ao Correio que considera normal o fato de um governo recém-empossado se acomodar e pensar em sua estratégia sobre negociações. “Isso não é um motivo de surpresa. Queremos ter a certeza de que o futuro pacto acertado não terá o destino do acordo assinado em 2015, o qual foi facilmente violado pelos EUA e ninguém nada fez para salvá-lo”, criticou. “Cabe a eles garantir que a mesma história não se repita. Nosso povo não aceitará que os governos ocidentais fracassem em obter as garantias necessárias. Cumprimos com todos os nossos compromissos de boa-fé, mas recebemos mais sanções, em troca.”

Ao ser questionado sobre a reação norte-americana, o embaixador Gharibi respondeu que provas de boa-fé devem ser fornecidas “pela parte que violou suas obrigações nos termos de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, e não da parte que cumpriu totalmente com seus compromissos”. 

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