O Irã aceitou retomar, no próximo mês, as negociações com as potências mundiais sobre seu controverso programa nuclear. O anúncio foi feito por Ali Bagheri, vice-ministro das Relações Exteriores da República Islâmica, por meio do Twitter. “Concordamos em iniciar as negociações antes do fim de novembro. A data deverá ser divulgada na próxima semana”, escreveu Bagheri, também negociador-chefe de Teerã sobre a questão nuclear. Os Estados Unidos instaram o governo do presidente Ebrahim Raisi a demonstrar “boa-fé” nas negociações. “Esta janela não permanecerá aberta para sempre, enquanto o Irã continuar a tomar medidas nucleares provocativas. Portanto, esperamos que venham a Viena negociar rapidamente e de boa-fé”, declarou um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
Hossein Gharibi, embaixador do Irã no Brasil, afirmou ao Correio que considera normal o fato de um governo recém-empossado se acomodar e pensar em sua estratégia sobre negociações. “Isso não é um motivo de surpresa. Queremos ter a certeza de que o futuro pacto acertado não terá o destino do acordo assinado em 2015, o qual foi facilmente violado pelos EUA e ninguém nada fez para salvá-lo”, criticou. “Cabe a eles garantir que a mesma história não se repita. Nosso povo não aceitará que os governos ocidentais fracassem em obter as garantias necessárias. Cumprimos com todos os nossos compromissos de boa-fé, mas recebemos mais sanções, em troca.”
Ao ser questionado sobre a reação norte-americana, o embaixador Gharibi respondeu que provas de boa-fé devem ser fornecidas “pela parte que violou suas obrigações nos termos de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, e não da parte que cumpriu totalmente com seus compromissos”.
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