Imunização

Pandemia acabará apenas com vacinação obrigatória, diz criador da Sputnik V

Desde o início deste outono boreal (primavera no Brasil), a Rússia vem batendo recordes de infecções e de mortes diárias por covid-19

Agence France-Presse
postado em 10/11/2021 09:32 / atualizado em 10/11/2021 09:32
 (crédito: Dimitar DILKOFF / AFP)
(crédito: Dimitar DILKOFF / AFP)

O diretor do centro Gamaleia, fabricante da vacina Sputnik V, afirmou que a pandemia do coronavírus chegará ao fim somente se a vacinação for obrigatória, já que os russos continuam relutantes a se imunizar, apesar da grave onda epidêmica.

A pandemia "vai acabar quando 70%-75% da população do nosso país, assim como do mundo, estiver vacinada e tiver anticorpos protetores", disse Alexander Gintsburg, em entrevista ao jornal pró-Kremlin Rossiskaya Gazeta.

"A vacinação deveria ser obrigatória", acrescentou, argumentando que a Sputnik V deveria ser acrescentada ao calendário nacional de vacinação.

Desde o início deste outono boreal (primavera no Brasil), a Rússia vem batendo recordes de infecções e de mortes diárias por covid-19. Este surto foi facilitado pela baixa taxa de vacinação da população, em um contexto de desconfiança para com as autoridades.

Embora o país conte com várias vacinas nacionais, apenas 39% dos 144 milhões de russos estão totalmente imunizados, segundo dados oficiais. Já o site especializado Gogov, estima este total em 34%.

Embora se oponha à vacinação obrigatória, o presidente russo, Vladimir Putin, apoia este tipo de medida em algumas regiões e para determinados segmentos da população.

Em junho, a cidade de Moscou tornou a vacinação obrigatória no setor de serviços.

Na segunda-feira (8), as autoridades sanitárias de São Petersburgo também ampliaram a lista de pessoas sujeitas à vacinação obrigatória, incluindo pessoas com mais de 60 anos e doentes crônicos, assim como trabalhadores do setor de transportes.

A vacinação obrigatória "não contradiz a Constituição", argumentou o presidente do Comitê Constitucional do Conselho da Federação, Andrei Klichas, nesta quarta, o que parece abrir caminho para a adoção dessa medida.

No total, até o momento, a Rússia registrou oficialmente 8.834.495 casos de coronavírus e 248.004 óbitos, tornando-se o país com mais mortes por covid-19 na Europa.

De acordo com a agência de estatísticas Rosstat, porém, que trabalha com uma definição mais ampla de falecimentos relacionados ao coronavírus, o número total de mortes causadas pela pandemia na Rússia estava se aproximando de 450.000 no final de setembro.

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