Política externa

Primeiro-ministro indiano visita Caxemira pela primeira vez desde 2019

A Caxemira está dividida entre Índia e Paquistão, que reivindicam o território himalaio de maioria muçulmana desde sua independência em 1947

Agence France-Presse
postado em 22/04/2022 10:14
 (crédito: Prakash SINGH / AFP)
(crédito: Prakash SINGH / AFP)

Srinagar, Índia | O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, visitará no próximo domingo o disputado territorio de Jammu e Caxemira pela primeira vez desde a revogação do estatuto autônomo especial desta região há três anos.

Em agosto de 2019, a inesperada revogação da autonomia parcial da Caxemira indiana deixou a região sob controle direto do governo nacionalista de Modi.

Milhares de pessoas, incluindo líderes políticos e militantes, foram detidas e as comunicações por telefone e internet foram cortadas, o que isolou o território durante quase seis meses.

Modi visitará no domingo a localidade de Palli, em Jammu, parte sul da Caxemira que tem muitos moradores hindus.

Com mais de meio milhão de soldados e paramilitares mobilizados na fronteira com o Paquistão, esta é a região mais militarizada do país.

A Caxemira está dividida entre Índia e Paquistão, que reivindicam o território himalaio de maioria muçulmana desde sua independência em 1947.

A parte administrada pela Índia registrou décadas de conflitos que deixaram dezenas de milhares de mortos desde o início de uma insurreição em 1989. Nova Délhi acusa o Paquistão de apoiar os separatistas, mas Islamabad nega.

Desde 2019, Modi visita regularmente as tropas na fronteira com o Paquistão, especialmente para celebrar feriados religiosos hindus. Mas sua viagem a Palli será a primeira aparição para valer do primeiro-ministro neste território.

Modi participará em uma festa da democracia local, o "Panchayati Raj", apesar de a Caxemira não ter um governo regional regional desde 2018.

O governo alega que a decisão de 2019 tinha o objetivo de facilitar a paz e atrair investimentos à região. Mas a realidade é que as medidas rígidas de segurança aplicadas asfixiam qualquer iniciativa cívica e impossibilitam as manifestações.

Quase 2.300 pessoas, especialmente opositores políticos e ativistas, foram detidas com base em leis terroristas, denunciadas por defensores dos direitos humanos.

A imprensa estrangeira não está autorizada a visitar a Caxemira.

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