REINO UNIDO

Corpo de rainha Elizabeth II é sepultado nesta segunda após velório restrito

Corpo da rainha Elizabeth II será sepultado hoje na capela da Igreja de Saint George, em Windsor, horas após velório oficial, na capital inglesa. São esperados mais de 100 chefes de Estado e de governo na Abadia de Westminster

Correio Braziliense
postado em 19/09/2022 06:00
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Ao fim de cinco dias de homenagens populares em Londres, com filas intermináveis para a despedida em Westminster Hall, o funeral da rainha Elizabeth II passa a seguir, hoje, os protocolos de uma cerimônia de Estado, antes do sepultamento. A monarca descansará na capela da Igreja de Saint George, no castelo de Windsor, onde estão enterrados os corpos do pai, o rei George VI; do marido, Philip de Edimburgo; da mãe, Elizabeth; e da irmã, Margaret. Nesse último ato, apenas o núcleo central da família real estará presente.

A morte de Elizabeth II, aos 96 anos, há 11 dias, encerrou um reinado de sete décadas, o mais longo da história do Reino Unido. "Sua vida merece uma homenagem apropriada", explicou Edward Fitzalan-Howard, duque de Norfolk, há 20 anos à frente da organização do funeral. "O respeito, a admiração e o carinho que se professaram pela rainha fazem da nossa tarefa (...) uma honra e uma grande responsabilidade", assinalou.

A própria rainha, segundo o Palácio de Buckingham, ajudou nos preparativos. Entre seus pedidos, está a execução de uma música por seu gaiteiro de fole oficial, hoje, após o encerramento da cerimônia na Abadia de Westminster. Mais de 100 chefes de Estado e de Governo e outras personalidades devem comparecer ao já chamado "funeral do século" , como o presidente americano, Joe Biden, o brasileiro Jair Bolsonaro, o rei da Espanha, Felipe VI, e o imperador do Japão, Naruhito.

Silêncio

Estima-se que esse será um dos maiores eventos cerimoniais realizados na Grã-Bretanha desde a Segunda Guerra Mundial. Além dos integrantes da monarquia britânica, políticos e líderes mundiais, 200 pessoas devem participar da cerimônia — como alguns amigos da rainha, bem como profissionais que trabalharam na pandemia de covid-19.

Entre os convidados está o policial aposentado Tony Gledhill, 84 anos, agraciado com a George Cross, a mais alta condecoração civil do Reino Unido. Ele ficou conhecido depois de ser baleado 15 vezes e sobreviver. "Estou incrivelmente emocionado por ter sido chamado", disse. Todo o país vai observar dois minutos de silêncio quando terminar o evento, pouco antes do meio-dia no horário local.

Após o serviço religioso, o caixão de Elizabeth II percorrerá as ruas de Londres em um cortejo fúnebre que terminará no Wellington Arch, no Hyde Park, de onde partirá para Windsor. Quinze por cento dos voos que saem ou chegam no aeroporto de Heathrow, cerca de 150, sofrerão alterações para não perturbar os momentos mais solenes da despedida.

O sepultamento ocorrerá às 19h30 (15h30 de Brasília). À medida que o caixão for colocado no repouso definitivo, o arcebispo de Canterbury vai ler uma bênção e o gaiteiro tocará outra música. O joalheiro da monarquia, então, vai recolher a coroa do caixão e devolvê-la à Torre de Londres.

Vigília

A família real — em especial os filhos e netos de Elizabeth II, herdeiros diretos do trono — teve participação nos diversos ritos de luto, desde o anúncio da morte da monarca. Na sexta-feira, os filhos, liderados pelo primogênito, o rei Charles III, participaram da chamada "vigília dos príncipes" em Westminister House — a área mais antiga do Parlamento, uma sala majestosa do século 11 que é o berço institucional do Reino Unido. Horas depois, os netos assumiram o posto. O príncipe Harry, que renunciou às funções da realeza há dois anos, teve permissão extraordinária para vestir uniforme militar na ocasião.

Sobre os ritos de despedida, o príncipe William, o primeiro na linha sucessória da coroa, admitiu que seguir o caixão de sua avó, na quarta-feira passada, pelas ruas de Londres despertou nele lembranças ruins de quando era adolescente e teve que fazer o mesmo na ocasião da morte de sua mãe, a princesa Diana, em 1997. "Fazer a caminhada ontem foi difícil. Trouxe de volta algumas memórias", afirmou William, 40 anos, a um grupo de cidadãos, como pode se ouvir em imagens transmitidas pela Sky News.

 

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O funeral em números

750 mil
Cálculo inicial do número de pessoas que passaram por Westminster Hall para se despedir da rainha


2.868
Total de de diamantes da "coroa imperial de Estado" que Elizabeth usou após sua coroação em 1953 e que descansa sobre seu caixão.


2.200
Ocupação máxima da Abadia de Westminster, onde acontecerá o funeral de Estado

4,1 bilhões
Estimativa de pessoas que devem assistir ao funeral pela televisão ou pelas redes sociais no mundo — um recorde.


 

 

Papa envia representante

O papa Francisco não comparecerá, hoje, ao funeral da rainha Elizabeth II na Abadia de Westminster. O Vaticano não explicou os motivos da ausência, mas é sabido que o pontífice, recém-egresso de uma viagem ao Cazaquistão, vem enfrentando problemas de mobilidade. "O secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, o religioso Paul Gallagher, representará o papa Francisco", informou o porta-voz Matteo Bruni. O monsenhor Gallagher, nascido no Reino Unido, é uma espécie de chanceler da Santa Sé.

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