ORIENTE MÉDIO

Israel confirma que continuará com ataques em Gaza mesmo durante o Ramadã

Governos estrangeiros, que temem um massacre, pediram a Israel para evitar o ataque contra Rafah, a última cidade da Faixa de Gaza que não foi invadida por tropas terrestres

Familiares e amigos de reféns israelenses marcham por libertação      -  (crédito: AFP)
Familiares e amigos de reféns israelenses marcham por libertação - (crédito: AFP)

Em meio a combates violentos na Faixa de Gaza, Israel declarou que os ataques ao Hamas continuarão mesmo no Ramadã, mês sagrado para os islâmicos, que começa a ser celebrado em 10 de março. A condição para o cessar-fogo é a libertação de todos os reféns, advertiu Benny Gantz, um dos três integrantes do gabinete de guerra israelense, em Jerusalém.

"O Hamas tem a escolha. Eles podem render-se, libertar os reféns, e os civis de Gaza poderão celebrar o Ramadã", declarou Gantz, sobre o mês nove do calendário islâmico. Além disso, Israel ameaça entrar em Rafah, no sul do território. Esta é a primeira vez que o governo israelense estabelece um prazo para o ataque contra a cidade, onde estão refugiados 1,4 milhão dos 1,7 milhão de palestinos deslocados pela guerra.

Governos estrangeiros, que temem um massacre, pediram a Israel para evitar o ataque contra Rafah, a última cidade da Faixa de Gaza que não foi invadida por tropas terrestres na guerra de quatro meses. Apesar da pressão internacional, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insiste que não entrar na localidade, na fronteira com o Egito, significa "perder a guerra".

Em Jerusalém, Netanyahu reafirmou durante o fim de semana a promessa de "concluir o trabalho até alcançar a vitória total" contra o movimento islamista, com ou sem acordo sobre os reféns. Benny Gantz destacou que Estados Unidos e Egito ajudarão no cerco a Rafah, para "minimizar as baixas civis dentro do possível", sem especificar para onde serão deslocados.

Balanço

Desde 7 de outubro, quando quase 250 pessoas foram sequestradas pelo Hamas, ao menos 29.092 palestinos foram mortos — a maioria, mulheres, adolescentes e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Os ataques do movimento isâmico contra israelenses deixaram 1.160 vítimas, segundo um balanço da agência France Presse.

Em Haia, na sede da Corte Internacional de Justiça (CIJ), o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina declarou, ontem, que seu povo sofre com o "colonialismo e apartheid" sob a ocupação israelense. "Alguns ficam furiosos com estas palavras. Deveriam ficar furiosos com a realidade que estamos sofrendo", argumentou Riyad al Malki, no Palácio da Paz, sede da CIJ.

A corte iniciou uma série de audiências para analisar as consequências legais da ocupação de Israel dos territórios palestinos desde 1967. Riyad Al-Maliki pediu à CIJ que declare a ilegalidade da presença israelense nesses locais. "A justiça foi negada ao povo palestino por muito tempo. É hora de acabar com os padrões duplos que o povo palestino tem sofrido há muito tempo", acrescentou.

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postado em 20/02/2024 04:00
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