Estados Unidos

Eleições nos EUA: em clima de revanche, Biden e Trump intensificam críticas

"Agora temos que voltar ao trabalho porque temos o pior presidente da história do nosso país — seu nome é Joe Biden, algumas vezes chamado de 'crooked' (corrupto) Joe Biden — e temos que derrotá-lo", afirmou Trump

O republicano (E) e o democrata revivem o duelo de 2020 -  (crédito: AFP)
O republicano (E) e o democrata revivem o duelo de 2020 - (crédito: AFP)
postado em 14/03/2024 03:55

Com a confirmação de que têm delegados suficientes para serem indicados por seus partidos à corrida à Casa Branca, o presidente Joe Biden e o magnata Donald Trump repetem o cenário de 2020 e intensificam as campanhas — e os ataques. "Agora temos que voltar ao trabalho porque temos o pior presidente da história do nosso país — seu nome é Joe Biden, algumas vezes chamado de 'crooked' (corrupto) Joe Biden — e temos que derrotá-lo", afirmou Trump em um vídeo publicado em rede social. Já o democrata afirmou que a campanha do bilionário republicano é "de ressentimento e vingança".

Os resultados das quatro primárias realizadas na terça-feira não surpreendem, pois nem Biden nem Trump tinham rivais em seus partidos. O atual presidente superou a marca de 1.968 delegados necessários ao vencer a disputa na Geórgia, um estado crucial. Ao mesmo tempo, a vitória de Trump em Washington o ajudou a assegurar os 1.215 representantes necessários para obter a indicação republicana.

Geórgia

A caminho de uma revanche de 2020, Biden atacou, em um comunicado, o rival nas eleições de novembro. "Sinto-me honrado de que a ampla coalizão de eleitores que representa a rica diversidade do Partido Democrata em todo o país tenha depositado a sua confiança em mim mais uma vez para liderar o nosso partido — e o nosso país — no momento em que a ameaça que Trump representa é maior do que nunca", afirmou.

Geórgia, Mississippi, Washington e Havaí ofereciam um total combinado de 161 delegados no lado republicano. Trump, sem oposição, precisava de 137 para concluir a disputa de maneira matemática. A notável vitória do ex-presidente em quase todas as primárias estaduais até o momento o levou a garantir a indicação muito antes da maioria dos candidatos em campanhas anteriores.

Nos próximos oito meses, uma campanha extremamente longa marcará a disputa entre os dois homens mais velhos a concorrer à Presidência dos Estados Unidos. Aos 77 anos, Trump insistiu em um comunicado que o Partido Republicano está forte e unido ao redor de seu nome. Na plataforma Truth Social, acusou o rival, de 81, de transformar o país em "uma nação do terceiro mundo". "Mas não temam, não vamos falhar, nós vamos recuperar o nosso outrora grande país", acrescentou.

Decisiva

Assim como em 2020, a Geórgia, no sudeste, pode ser decisiva nas eleições de novembro. O duelo anunciado é o mesmo. O estado, localizado na fronteira com a Flórida, costuma inclinar-se pelo candidato republicano. Escolhido em 2016 na disputa contra Hillary Clinton, Trump foi abandonado em 2020, em favor de Biden.

A margem de votos entre eles foi pequena, menos de 12 mil, e o magnata nunca reconheceu sua derrota. Ele chegou a pressionar os funcionários eleitorais estaduais, pedindo por meio de um telefonema que "encontrassem" o número de votos que ele precisava para vencer.

Trump intensificou recentemente seus ataques contra os migrantes que cruzam a fronteira com o México, alegando que "envenenam o sangue" do país. Fortalecido por um discurso agressivo na semana passada no Congresso, Joe Biden viajou até Atlanta para mobilizar o eleitorado afroamericano e latino.

Nas primárias democratas, Biden venceu nas Ilhas Marianas do Norte, controladas pelos Estados Unidos, e nos estados da Geórgia, Mississippi e Washington, assim como entre os residentes no exterior. Outros estados em que o voto pode se inclinar para um ou outro partido e que podem decidir o resultado das eleições são Pensilvânia, Michigan, Arizona, Carolina do Norte, Wisconsin e Nevada.

Acusações rejeitadas

Um juiz da Geórgia, nos Estados Unidos, rejeitou ontem seis acusações secundárias apresentadas contra Donald Trump e outros réus por supostas tentativas de reverter os resultados das eleições de 2020 no estado. Em agosto de 2023, o ex-presidente e outras 18 pessoas foram indiciados por crime organizado e outras acusações. O magistrado justificou sua decisão por "falta de detalhes", que não fornecem "informações suficientes para que os acusados possam preparar adequadamente sua defesa". Porém, Scott McAfee foi claro na sua decisão de seis páginas: "Isso não significa que toda a acusação foi descartada".

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