VATICANO

Papa Leão XIV sempre admirou Francisco pelo "autêntico coração cristão"

Entre os ensinamentos que Francisco deixou, o norte-americano destaca o "amor pelos pobres" e o desejo por "uma Igreja pobre, que caminhe com os pobres"

Em 3 de novembro de 2014, Francisco nomeou Prevost como administrador apostólico da diocese de Chiclayo, no Peru, e depois, bispo -  (crédito: Divulgação/Vaticano)
Em 3 de novembro de 2014, Francisco nomeou Prevost como administrador apostólico da diocese de Chiclayo, no Peru, e depois, bispo - (crédito: Divulgação/Vaticano)

Após ser eleito papa, Robert Prevost escolheu ser chamado Leão XIV e exaltou o legado do seu antecessor, Francisco, no primeiro discurso na Basílica de São Pedro. Mas essa admiração vem desde quando o norte-americano ainda era cardeal. O Vaticano divulgou, na quinta-feira (8/5), trechos da última entrevista em que Robert descreveu as características que sempre o impressionaram em Francisco.

Segundo Robert Prevost, hoje eleito o 267º papa, Francisco tinha um “autêntico coração cristão”. Ele conheceu Jorge Mario Bergoglio quando o argentino era arcebispo de Buenos Aires.

"Sempre tive a impressão de um homem que queria viver o Evangelho de forma autêntica e com coerência. Na época em que eu era Prior Geral dos Agostinianos, várias vezes, durante as visitas aos meus irmãos na Argentina, quando ele ainda era cardeal, tive a oportunidade de encontrá-lo e falar com ele, informalmente e sobre assuntos mais institucionais”, citou Robert.

Em 3 de novembro de 2014, Francisco nomeou Prevost como administrador apostólico da diocese de Chiclayo, no Peru, e depois, bispo. Em entrevista aos meios de comunicação do Vaticano, o norte-americano também relembrou a visita apostólica de Francisco ao Peru em 2018 e contou que uma mulher cega de 99 anos queria muito ter contato com o pontífice.

“Ele desceu do carro, aproximou-se dela e a cumprimentou. Ele nos deixou muitos exemplos desse tipo; em sua bela humanidade, queria viver o Evangelho e transmitir o Evangelho", disse o então cardeal.

Prevost também citou que, como prefeito do Dicastério para os Bispos, ele encontrou o papa Francisco todo sábado de manhã, durante dois anos.  “No início, era às 8 horas da manhã. Mas às vezes eu chegava às 7h30 e ele já estava me esperando, então comecei a ir um pouco mais cedo e às vezes ele se antecipava”.

Segundo o então cardeal, nesses encontros semanais eles discutiam temas importantes, mas Francisco fazia uma recomendação frequentemente: “me dizia, entre outras coisas, no final da audiência: ‘não perca o senso do humorismo, é preciso sorrir’".

Entre os ensinamentos que Francisco deixou, o norte-americano destaca o "amor pelos pobres” e o desejo por “uma Igreja pobre, que caminhe com os pobres, que sirva aos pobres”. 

Sobre a morte de Francisco, em 21 de abril, o então cardeal Prevost disse: "acredito que esse período de perda, de tristeza, deve ser vivido, antes de tudo, em silêncio, com profunda reflexão, gratidão. Eu, pelo menos, precisarei de muito tempo para apreciar, para compreender verdadeiramente, o que o Papa deixou para mim, para a Igreja e para o mundo”.

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postado em 09/05/2025 10:42 / atualizado em 09/05/2025 10:47
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