ESTADOS UNIDOS

Parada LGBTQ+ de Nova York recorre a financiamento após desistência de empresas

Foi alcançado apenas cerca de 80% da meta de arrecadação de fundos para a grande festa do orgulho da cidade

People walk behind a rainbow flag during the second Sarajevo Pride parade on August 14, 2021.  Several hundreds of LGBTQI participants demanded for equal rights in all aspects of life during the march, which took place under the police protection to avoid incidents. (Photo by ELVIS BARUKCIC / AFP) -  (crédito: ELVIS BARUKCIC)
People walk behind a rainbow flag during the second Sarajevo Pride parade on August 14, 2021. Several hundreds of LGBTQI participants demanded for equal rights in all aspects of life during the march, which took place under the police protection to avoid incidents. (Photo by ELVIS BARUKCIC / AFP) - (crédito: ELVIS BARUKCIC)

A queda de doações empresariais após as políticas de Donald Trump contra a diversidade e a inclusão levaram o desfile do orgulho de Nova York, o maior encontro anual LGBTQ+ dos Estados Unidos, a buscar fundos entre os membros da comunidade.

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De acordo com o porta-voz do NYC Pride, Kevin Kilbride, este ano foi alcançado "apenas cerca de 80% da meta de arrecadação de fundos" para a grande festa do orgulho da cidade, que neste ano será realizada em 29 de junho e espera reunir cerca de dois milhões de pessoas.

"Estamos tentando preencher essa lacuna com uma campanha participativa de arrecadação de fundos", diz Kilbride.

Em meados de maio, a organização lançou uma campanha "entre iguais para que as pessoas possam iniciar suas próprias arrecadações de fundos na Internet, compartilhá-las com seus amigos e permitir que as pessoas façam doações", conta.

O grupo "quer se inclinar um pouco mais para doações individuais e apoio participativo", afirma.

A organização responsável pelo desfile anual e por outros projetos comunitários declarou ter arrecadado "quase 25 mil dólares [cerca de 135 mil reais] de quase 200 doadores" em questão de dias.

Em anos anteriores, extravagantes carros alegóricos patrocinados por grandes empresas desfilaram pela Quinta Avenida de Manhattan junto com aqueles organizados por grupos comunitários.

E embora muitas empresas continuem contribuindo, algumas reduziram discretamente seus compromissos.

Muneer Panjwani, que lidera o Engage for Good, disse que "houve uma retirada massiça no último ano, especificamente de empresas que apoiaram eventos do orgulho por muito tempo e decidiram não apoiar ninguém".

A organização de Panjwani conecta empresas a organizações sem fins lucrativos e relata sobre as contribuições dos consumidores quando têm a opção de fazer uma doação ao pagar uma compra em uma loja.

"Enquanto as empresas retiram seu dinheiro filantrópico, os consumidores dizem: 'esse tema ainda é importante para nós'", afirma.

Movimento comunitário 

Uma das marcas mais destacadas que teria decidido limitar sua participação no Orgulho foi a Target, uma popular rede de lojas. Nesta quinta-feira, comunicou à AFP que não participará do desfile.

A rede foi alvo de críticas e viu o preço de suas ações na bolsa cair como consequência de um boicote na Internet em resposta à sua supressão de programas de diversidade, que justificou pela "evolução do cenário externo".

No desfile anual do orgulho do Brooklyn, o vereador democrata progressista Chi Osse declarou à AFP que "o orgulho começou nas bases por meio da comunidade, e as corporações que se dobram diante de um presidente que se acha um rei apenas nos mostram quem elas realmente são para nós".

A manifestação do orgulho do Brooklyn é de menor escala e há muito tempo é considerada mais radical que a de Manhattan, embora conte com um pequeno número de empresas participantes.

Anya Glowa-Kollisch, uma das líderes do grupo Sirens Women's Motorcycle Club do desfile, diz que "é ótimo que as empresas estejam dispostas a dizer que apoiam a igualdade de direitos".

"Mas acho que, no fim das contas, trata-se de um movimento impulsionado por pessoas que exigem seus direitos, e muitas empresas simplesmente fazem isso porque acham que devem fazê-lo", afirma.

"Por isso, é muito valioso que as pessoas da comunidade se manifestem e mostrem que é isso que somos."

 

Por AFP
postado em 19/06/2025 23:36
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