
Em Nova York, um novo nome venceu as primárias do Partido Democrata e se tornou o favorito para as eleições municipais da cidade. Zohran Mamdani é natural da Uganda, segue a religião muçulmana e se descreve como “democrata socialista”. O futuro candidato tem 43% dos votos nas eleições do partido com mais de 95% dos votos apurados e já teve a vitória reconhecida pelo principal concorrente, o ex-governador Andrew Cuomo.
Nos Estados Unidos, os partidos Democrata e Republicano fazem votações para definir o candidato que vai representar o grupo nas eleições. Nova York é historicamente conhecida como reduto Democrata.
Mandami, 33 anos, se mudou para os EUA com a família quando tinha sete anos e foi criado no bairro Astoria, que abriga maior grupo de imigrantes brasileiros em Nova York, Queens, condado mais extenso.
O político é formado em Estudos Africanos pelo Bowdoin College e se naturalizou como cidadão estadunidense só em 2018. Na graduação, ele fundou a primeira filial dos Estudantes pela Justiça na Palestina na universidade onde estudou.
Uma das principais pautas de campanha de Mandami, a redução dos aluguéis e combate à crise imobiliária, está relacionado com o trabalho antes da vida política. O ugandense iniciou a carreira como conselheiro habitacional para prevenção de execução hipotecária. Na função, ele negociava com bancos para evitar que proprietários de baixa renda, maioria negros, fossem despejados de casa.
O pré-candidato entrou para a Assembleia do Estado de Nova York em 2021, se tornando o primeiro ugandense e primeiro sul-asiático a ocupar o cargo. Outras pautas importantes para Mandami são a gratuidade do transporte público e das creches.
A vitória do democrata nas primárias foi comemorado por Bernie Sanders, senador sem filiação partidário e referência para a esquerda estadunidense.
A eleição de Mandami desagradou republicanos e o presidente Donald Trump, que publico ofensas contra o ugandense na rede social Truth Social. O mandatário chamou o pré-candidato de “lunático 100% comunista” e alegou que “os democratas cruzaram a linha”.
“Já tivemos esquerdistas radicais antes, mas isso está ficando um pouco ridículo”, disse Trump. Ele continuou as ofensas, afirmando que o candidato tem voz irritante e que não é inteligente. O republicano alegou ainda que o senador Chuck Schumer apoia Mandami. Trump usou mais uma vez o termo “palestino” como ofensa para se referir a Schumer, senador judeu que já fez críticas públicas a Israel e ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Mundo
Política
Mundo