O Departamento de Estado dos Estados Unidos retomou o processo de triagem de vistos estudantis com novas exigências. A partir de agora, todos os candidatos a visto de estudante precisarão tornar públicas suas contas em redes sociais, permitindo que funcionários consulares analisem publicações antes de conceder o documento.
A nova diretriz determina que a recusa em desbloquear os perfis pode ser interpretada como tentativa de ocultar informações ou burlar a triagem. Isso, por si só, pode resultar na negação imediata do visto. A mudança afeta estudantes de todo o mundo, inclusive brasileiros, que planejam estudar em universidades ou instituições norte-americanas.
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Segundo o governo norte-americano, o objetivo é identificar postagens que possam ser consideradas hostis aos Estados Unidos, seu governo, cultura, instituições ou princípios fundadores. Funcionários dos consulados estarão atentos a qualquer conteúdo que, sob interpretação subjetiva, possa representar risco à segurança nacional ou contrariar os valores do país.
A política, no entanto, levanta sérias preocupações sobre a privacidade dos estudantes. Comunicações que antes eram restritas ao círculo pessoal — como mensagens diretas, comentários entre amigos e opiniões compartilhadas em ambientes privados — agora passarão a ser acessadas e avaliadas por representantes governamentais. O temor é que a medida abra precedentes perigosos para o monitoramento e controle de comportamentos nas redes.
Além da privacidade, outro impacto direto é na liberdade de expressão. Diante da possibilidade de terem os vistos negados por críticas ao governo norte-americano ou por posições políticas e culturais divergentes, muitos estudantes podem sentir-se obrigados a praticar a autocensura online. A exigência, portanto, cria um ambiente em que o silêncio e a neutralidade se tornam estratégias de sobrevivência digital, mesmo fora dos Estados Unidos.
A decisão ocorre em um contexto de endurecimento nas políticas migratórias desde o retorno de Donald Trump à presidência. Ainda nos meses anteriores, o governo já havia revogado permissões de estudo por motivos burocráticos e ampliado os critérios para cancelamento do status legal de estudantes internacionais.
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