
Um grupo nos EUA está construindo uma comunidade rural exclusivamente para pessoas brancas e heterossexuais, em Ravenden, no Arkansas. A iniciativa, chamada Return to the Land, foi revelada em reportagem do The New York Times e está sendo investigada por possível ilegalidade.
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A comunidade ocupa 647 mil m² e já conta com cerca de 40 moradores. O processo seletivo inclui entrevistas, análise de ancestralidade e, em alguns casos, envio de fotos de familiares — para conferirem se os futuros residentes são "realmente brancos". Os fundadores são Eric Orwoll e Peter Csere — o primeiro, um ex-músico clássico que virou youtuber; o segundo, acusado de agressão no Equador e de roubar recursos de uma ecovila.
O projeto pretende driblar leis antidiscriminatórias, alegando ser uma associação privada. Mas especialistas jurídicos afirmam que a iniciativa fere diretamente a Lei de Moradia Justa de 1968 e outras normas federais. O procurador-geral do Arkansas abriu investigação.
Orwoll afirma que a comunidade é resposta a um "declínio moral e demográfico" dos EUA e se diz inspirado por ideias racistas e separatistas, como as da cidade sul-africana Orania. Ele e Csere defendem teorias da conspiração como a da "grande substituição", e alegam que a atual conjuntura política, com um possível retorno de Trump à Casa Branca, favorece juridicamente o projeto.
Apesar das denúncias e do teor explicitamente discriminatório, o grupo já arrecadou quase US$ 90 mil em doações online e vende lotes para novos membros por até US$ 6.600 (cerca de R$ 36 mil). As autoridades ainda não moveram ações formais contra o projeto, mas especialistas alertam que ele representa um perigoso teste aos limites legais da segregação disfarçada nos EUA.
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