Reino Unido

Festival pró-Palestina reúne artistas e ativistas pelo fim da guerra

Evento em Londres arrecadou fundos para organizações humanitárias que atuam em Gaza

Artistas subiram ao palco para pedir pelo fim da fome em Gaza e o cessar-fogo no conflito que já matou mais de 60 mil pessoas -  (crédito: Reprodução Instagram)
Artistas subiram ao palco para pedir pelo fim da fome em Gaza e o cessar-fogo no conflito que já matou mais de 60 mil pessoas - (crédito: Reprodução Instagram)

O festival beneficente “Together for Palestine” - Juntos pela Palestina, em português -  reuniu, nessa quarta-feira (17/9), mais de 12 mil pessoas na Arena Wembley, em Londres. Artistas subiram ao palco para arrecadar fundos em prol de entidades de ajuda humanitária em Gaza e para pedir pelo fim da guerra.

Idealizado pelo produtor e compositor Brian Eno, o evento contou com bandas famosas como os grupos britânicos Gorillaz, Portishead e Hot Chip, além de atores como Benedict Cumberbatch, Richard Gere e Riz Ahmed, e artistas palestinos. 

Mais de 12 milhões de euros foram arrecadados para as organizações Fundo de Assistência à Criança Palestina, Sociedade Palestina de Assistência Médica e a instituição de caridade Taawon.

No palco, mais de 150 artistas protestaram contra os ataques israelenses em Gaza - que já mataram mais de 60 mil pessoas, de acordo com o Ministério de Saúde da Palestina - e a fome que assola o território. Um telão exibiu os nomes e imagens de médicos mortos em Gaza, além de pinturas do artista palestino Malak Mattar que denunciam os horrores da guerra.

A atriz britânica Florence Pugh, conhecida pelo filme Thunderbolts, pediu por mais empatia aos atingidos pelo conflito. “O silêncio frente à tamanho sofrimento não é neutralidade, é cumplicidade”, disse à multidão de espectadores. 

O ator norte-americano Richard Gere subiu ao palco acompanhado de profissionais de saúde que atuaram em Gaza e pediu para que o público usasse as vozes “falando a verdade com generosidade e amor”.

O ex-futebolista francês Eric Cantona convocou um boicote global a Israel no mundo do futebol, pedindo aos clubes que se recusem a jogar contra times israelenses. “É hora de todos saírem das laterais do campo”, disse.

Declarações em vídeo de famosos também foram exibidas no festival. Atores com Joaquim Phoenix, Cillian Murphy, Penélope Cruz e Javier Barden, a cantora Billie Eilish e a ativista Malala Yousafzai, apareceram na exibição.

Em artigo publicado no jornal The Guardian, o idealizador do evento, Brian Eno, criticou a censura que artistas vêm sofrendo por declarações pró-Palestina. “Um dos fundamentos desse muro de medo tem sido a associação das palavras ‘Palestina’ e ‘terrorismo’, resultado de uma campanha deliberada de décadas para confundir as duas”, explica.

Mundo reage à guerra

O evento, o maior voltado à arrecadação de fundos para a Palestina até o momento, acontece em um momento crucial do conflito. Recentemente, o Reino Unido declarou como ilegal o movimento “Palestine Action” e prendeu centenas de manifestantes. 

A chegada da  80ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, também coloca mais pressão para o reconhecimento da Palestina pelo Reino Unido. Recentemente, uma investigação independente da ONU concluiu, pela primeira vez, que Israel comete um genecídio contra os palestinos em Gaza.

A Flotilha Global Sumud, formada por uma frota de barcos e delegações de mais de 40 países, se aproxima cada vez mais de Gaza, onde pretende entregar ajuda humanitária aos palestinos. A frota, que conta com ativistas como o brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg, foi recentemente atacada por drones no mar da Tunísia. 

Enquanto isso, uma nova ofensiva das forças israelenses está em curso com o objetivo de ocupar completamente o território, sob reações negativas da comunidade internacional. A evacuação da cidade desalojou milhares de civis que fogem em meio à bombardeios israelenses. 

 

  • Google Discover Icon
postado em 18/09/2025 22:31 / atualizado em 18/09/2025 23:54
x