
O cantor porto-riquenho Bad Bunny será atração do Super Bowl 2026, com o tradicional show de intervalo da final da NFL. A confirmação da apresentação ocorreu no último domingo (28/9) e, mesmo o artista sendo um dos mais populares dos Estados Unidos, a escalação de um cantor latino-americano gerou uma onda de críticas de apoiadores do presidente Donald Trump.
Apoiadores do movimento trumpista "Make America Great Again" (MAGA, "Vamos tornar os Estados Unidos grandes novamente", em tradução livre) classificam o artista como "alguém que parece odiar a América”.
Os trumpistas fizeram tanto barulho que a Agência de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) planeja realizar operações especiais no Levi's Stadium, onde será realizada a final do NFL e o show de Bad Bunny.
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Bad Bunny nasceu em Porto Rico, que é um território comandado pelos Estados Unidos desde 1898, depois da Guerra Hispano-Americana. Mesmo sendo um território não incorporado, os porto-riquenhos são regidos pelas leis federais americanas e há um grande fluxo migratório da ilha no Caribe para os Estados Unidos.
Em 1917, foi aprovada a Lei Jones-Shafroth, que diz que toda pessoa nascida em Porto Rico é automaticamente cidadão dos Estados Unidos. Isso garante que porto-riquenhos possam viver, trabalhar e circular livremente em qualquer estado americano, sem necessidade de visto ou processo migratório.
Por isso, não faz sentido falar em “ameaça migratória” contra porto-riquenhos, já que eles não são imigrantes para a lei.
Especialistas ressaltam que qualquer tentativa de fiscalizar porto-riquenhos como se fossem imigrantes seria ilegal e configuraria perseguição política e racial. Vale lembrar que essa situação só é válida para os nascidos em Porto Rico, para outros imigrantes as ameaças seguem válidas.
Bad Bunny, nascido em Vega Baja, Porto Rico, se tornou um dos artistas latinos mais influentes do mundo. A presença dele no maior evento esportivo dos EUA tem peso cultural, mas também político.
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